quinta-feira, fevereiro 22, 2007

sinto sono o dia inteiro. se pudesse dormiria o dia inteiro. sono. só de encostar a cabeça num travesseiro durmo. não importa a hora. meio-dia ou meia-noite. as crianças fizeram muito barulho hoje. o dia inteiro. nada as fazia sossegar. nada. eu, desejando desesperadamente o silêncio. estou muito agitada ao mesmo tempo. coração disparado. eu procurando o ar para respirar. fugindo daqueles sentimentos que me exploram e consomem ( a palavra não era esta mas um branco se apoderou e simplesmente, simplesmente não consegui escrever ) e não importa se está passando to much a do about nothing. não importa. porque quero estar aqui e lá e em outro lugar. faço três quatro coisas ao mesmo tempo. a bomba d'água queimou. estou sem uma gota d'água em casa. faltam seis dias para o começo do mês e estou louca para chegar lá mesmo sabendo que o dinheiro vai ficar pouco no dia seguinte. posso comer sushi no rodízio do japonês. olha só a embromação. tipo colocando o dedo na garganta você sabe para quê. vou desligar. tudo. literalmente. boa noite.

estou sem paciência. mesmo. estou quieta. em silêncio. já já passa.

terça-feira, fevereiro 20, 2007

amanhã é quarta-feira.

a grazi foi a mais linda. sério. ela é uma confirmação daquele ditado popular que diz: " a quem deus promete, nada falta". agora, porque não havia um par de sandálias extra para ela gente? eu hein... hunf ...



" e ontem as coisas aconteceram como sempre. imagino se eu tivesse mudado durante a noite. deixe-me pensar: eu era a mesma quando acordei esta manhã? acho que posso me lembrar do sentimento de me sentir um pouco diferente. mas se eu não sou a mesma, a próxima questão é, quem eu sou no mundo? ah! este é o grande quebra-cabeças! "

( foto e texto by lewis carroll - alice no país das maravilhas cap. 2 - a piscina de lágrimas ).

para não dizer que sou do-contra total eu gosto dos desfiles das escolas de samba. assisto até aonde meu sono permite. não dá outra. todos os anos quando a mangueira entra na passarela me sinto emocionada. uma coisa. tipo uma coisa que você deve fazer na vida: desfilar pela mangueira. e, quando outra escola entra naquela monotonia: troca de canal. monique evans. que susto. como uma mulher que foi linda. a linda, chegou a este ponto? ela pega o diretor de núcleo ator global marcos paulo. meio passado tipo não quero falar. grudado nele a namoradinha. que não pára de falar. tipo ele é meu. propriedade minha. se chegar muito perto vou tirar satisfações. ele vai ficando cada vez mais passado. o carnaval faz revelações. acho que ele teve as dele.

domingo, fevereiro 18, 2007

leila.

só o diogo mainardi me compreende.

que deus me livre e guarde dos seres humanos.

"ela desatinou, viu chegar quarta-feira
acabar brincadeira, bandeiras se desmanchando
e ela inda está sambando
e a desatinou, viu morrer alegrias, rasgar fantasias
os dias sem sol raiando e ela inda está sambando
ela não vê que toda gente, já está sofrendo normalmente
toda a cidade anda esquecida, da falsa vida, da avenida
onde ela desatinou, viu morrer alegrias, rasgar fantasias
os dias sem sol raiando e ela inda está sambando
quem não inveja a infeliz, feliz
no seu mundo de cetim, assim,
debochando da dor, do pecado
do tempo perdido, do jogo acabado"
( ela desatinou, chico buarque )



o café de amélie poulain. café des 2 moulins 15, rue lepic 75018 paris.

" os momentos bons e as horas más que a memória coa. "
chico buarque

segundo dia no inferno. sábado de carnaval, vinte e três horas e quarenta e poucos minutos. na rua mais de dez carros estacionados, portão da casa em frente aberto, do lado de fora umas vinte pessoas. um carro com a mala aberta e o som nas alturas. mesmo. pietra não consegue dormir. fechar a janela nem pensar. chamo o dono do carro: por favor, dá pra abaixar um pouco pra minha filha dormir? resposta imediata: eu tô na rua faço o que eu quizer. e todos em volta morrem de rir. pego pietra e coloco na minha cama. desligaram a música quase uma hora da manhã. domingo, duas e pouco da tarde. gritaria na piscina do meu condomínio. chego na janela para ver o cenário. um menininho urina na grama. chamo a mãe e digo: minha senhora, este não é o local certo para ele urinar. a mulher grita: porque não? todo mundo mija na piscina. o condomínio é meu. é carnaval. tô aqui pra me divertir. pois é. ainda faltam três dias para este inferno terminar. juro que não aguento. se desse arrumava minhas malas e iria viver em outro país. itália é claro. o brasil não tem jeito. porque as pessoas ou a grande maioria delas me olham como "a chata". pois é, eu sou chata. porque tenho educação, conheço os meus limites e sei gritar quando ultrapassam o meu. aqui ser civilizado é ser chato. alguém tem um sonífero aí?

sábado, fevereiro 17, 2007

c.b.

sábado de carnaval. lendo chico buarque. isso mesmo lendo. aprendendo a compreender chico buarque. deixando as mazelas da infância para trás. rasgando a fantasia.

perdida na avenida
canta seu enredo fora do carnaval
perdeu a saia, perdeu o emprego
desfila natural
esquinas, mil buzinas
imagina orquestras
samba no chafariz
viva a folia
a dor não presta
felicidade sim
o sol ensolará a estrada dela
a lua alumiará o mar
a vida é bela, o sol, a estrada amarela
e as ondas, as ondas, as ondas, as ondas
bambeia, cambaleia
é dura na queda, custa a cair em si
largou a família, beveu veneno
e vai morrer de rir
vagueia, devaneia
já apanhou à beça
mas pra quem sabe olhar
a flor também é ferida aberta
e não se vê chorar
o sol ensolará a estrada dela
a lua alumiará o mar
a vida é bela, o sol, a estrada amarela
e as ondas, as ondas, as ondas, as ondas
( dura na queda - chico buarque ).

sexta-feira, fevereiro 16, 2007



príncipe felipe. a bela adormecida. porque todos nós enfrentamos dragões. aqui e ali.

eu assisto a novela das sete só por causa do murilo benício. porque ele me faz rir. coisa que pouca gente consegue. novela do seu manuel está chegando ao fim. graças a deus. para mim e com certeza para ele. nossa que fazer as coisas por obrigação só termina assim mesmo sempre. porcaria. gilberto braga is comin' . o que eu queria mesmo era uma regravação de dancin' days.

sair de casa é caso para camisa de força. só doido vai para a rua assim numa boa. tipo vou ali dar uma voltinha. está um calor da porra. como já diria meu tio do recife. eu fui pra rua. o sol bate tipo dando um tapa nas costas. me sinto sem escudo de proteção. advogado cartório banco supermercado farmácia gente carregando fantasias gigantescas. carnaval. não estou nem aí. maior piada eu ter nascido em fevereiro. credo que comparação mais nada a ver. peguei um táxi. ar condicionado nem pensar. jungle total. motorista mudo. graças a deus. entra na minha rua. duas crianças caminham pela rua bem coladinhas ao meio fio. não percebem o carro porque estão de costas. o motorista acelera e parte pra cima delas. freia em cima. sou jogada de cara no encosto do banco da frente. dei um grito. o motorista pára o carro morrendo de rir. juro por deus que por um minuto fiquei assim congelada no tempo tentando compreender o que havia acontecido. saí do carro falando tudo. xingando ele mesmo. joguei o dinheiro da corrida no chão. nem pensei que ele poderia partir para cima de mim. estou de saco cheio de psicopatas. e se ele não tivesse conseguido frear? e se as crianças tivessem corrido justamente na direção do carro? o que leva uma pessoa a acreditar que aquilo era uma brincadeira? e, enquanto eu abria o portão o motorista ria e pedia: desculpa aí madame foi mal. não eu não desculpo não. não eu não sou madame. não. alba regina - uma mulher sem paciência.

eu sou uma mulher sem paciência. resumo de mim mesma: uma mulher sem paciência.

quinta-feira, fevereiro 15, 2007

passando na frente da pet shop. coelhos. coelhos. cor de grafite. como eles conseguem mexer o nariz daquele jeito. coelhos. coelhos. coelhos. coelhos. coelhos. coelhos. coelhos. coelhos ...

a bela adormecida. meu conto de fadas predileto. sempre.

" carregaria o coração na manga ."
( w. shakespeare, otelo , I:I )

quarta-feira, fevereiro 14, 2007

isso aqui é a minha casa. por isso, quando você chega aqui pode encontrar um bolo azul na mesa. e me ver chegar alguns minutos depois e ficar tão surpresa e alegre que dá vontade de dar gritinhos. assim era quando eu era garota. assim era na minha casa. meus amigos entravam e saíam deste jeito. sem avisar. algumas vezes eu não estava em casa. batiam lá, minha mãe abria a porta e ficavam no meu quarto assistindo tevê escutando música até eu chegar. até hoje é assim. quem é meu amigo. amigo mesmo não precisa avisar. é só chegar. porque quem é meu amigo é sempre bem chegado. mesmo que eu esteja toda descabelada e de camiseta de andar em casa furada. quem é meu amigo faz estas coisas: bolo azul de aniversário. daqueles com glacê bem doce de padaria. quem é meu amigo tem a chave da minha casa. por isso é meu amigo!

ô sister, festa de aniversário sem bolo não rola, né?

invadi a cozinha, mas meus limitados dotes culinários só deram pra isso aí:




( isso que dá a gente ser espaçosa, cara de pau e ter a chave da casa, né?)

feliz aniversário!

" a carne de fevereiro
tem sabor suicida
de coisa que está vivendo
vivendo mas já perdida.
mas como tudo que vive
não desiste de viver,
fevereiro não desiste;
vai morrer, não quer morrer.
...
sim, fevereiro resiste
como uma fera ferida.
é essa esperança doida
que é o próprio nome da vida. "
( verão, ferreira gullar ).

14 de fevereiro de 1963. 03:20 da manhã. clínica santa lúcia, botafogo, rio de janeiro. nasci. cheguei. tô aqui. hoje. aos quarenta e quatro. mas não tem jeito não. apesar do meu rosto teimar em mostrar que pela contagem do tempo eu tenho sim, quarenta e quatro, minha alma teima em contra- dizer o tempo e permanece lá nos dezoito. minha essência é esta: teimosia pura. pois é. daqui a pouco eu volto.

terça-feira, fevereiro 13, 2007

" escrevo porque encontro nisso um prazer que não sei traduzir. não sou pretensiosa. escrevo para mim, para que eu sinta a minha alma falando e cantando, às vezes chorando..."
( clarice lispector ).

" as mulheres e as crianças são as primeiras que desistem de afundar navios. "
( ana cristina cesar, cartilha da cura ).



drew barrymore.



" estou muito compenetrada no meu pânico.
lá de dentro tomando medidas preventivas.
minha filha, lê isso aqui quando você tiver perdido as
esperanças como hoje. você é meu único tesouro. você morde e grita e não me deixa em paz, mas você é meu único tesouro.
então escuta só; toma esse xarope, deita no meu colo, e
descansa aqui; dorme que eu cuido de você e não me assusto;
dorme, dorme.
eu sou grande, fico acordada até mais tarde. "
( ana cristina cesar em luvas de pelica, 1980. )

segunda-feira, fevereiro 12, 2007



j.f.

al gore para presidência dos eua.

domingo, fevereiro 11, 2007


paz!

tirar a alma feito camiseta. colocar ao sol para secar.

todas as vezes que eu dou uma topada com o pé. sabe aquela que você bate o dedo mindinho com toda a força na quina da mesa ou da cama e que te faz sentir a dor das dores? pois é. todas as vezes que isso acontece eu grito. xingo. tenho uma resistência muito baixa para a dor. reclamo mesmo. assim é quando alguém me faz alguma coisa que machuca, dói, prejudica. eu grito na hora. e, quando isso não acontece, quando me vejo calada e o desejo é jogar tudo para fora me sinto envenenada. é assim que estou agora. envenenada. engolindo minúsculos pedaços de vidro diariamente.

sábado, fevereiro 10, 2007

nós.

sábado. final de tarde. de pernas pro ar. porque eu mereço. porque ninguém é de ferro.



peter pan.

" men become old, but they never become good "
oscar wilde.

sexta-feira, fevereiro 09, 2007

é verão no rio de janeiro. época de muitas cores. mas na terça-feira vamos vestir luto. pelo joão. pela mãe do joão. por todas as mães que choram. pela nossa indignação. diga não. não.

presidente lula: e se fosse o seu filho ou o seu neto? hein?

em páginas ainda a pouco: sonia braga. modelo frida kahlo. te contar que estava bastante forte a semelhança. um pouco em tom pastel. faltou a cor. mas era a frida kahlo.

em páginas ainda a pouco: sonia braga. modelo frida kahlo. te contar que estava bastante forte a semelhança. um pouco em tom pastel. faltou a cor. mas era a frida kahlo.

para joão.

enquanto ele dorme. como eu amo este cara. faxino a casa inteira. acendo minha vela para minha maria querida. incensos em todos os cantos da casa. acendo a luz amarela do meu abajour no cantinho da minha sala. aqui. aqui dentro tudo é meu. meu. o meu amor é meu. estou tão cansada e ao mesmo tempo tão em paz. mesmo sabendo que não há paz. a paz não existe. aonde está a paz. se ela existe porque é tão difícil de se encontrar. se ela é tão boa porque é tão curta. porque o joão? a foto dele no jornal. tão igual ao meu victor. tão pequeno. ele tinha a paz. ele tem a paz. o joão. o pequeno joão. brincando no jardim. tentando mostrar para a gente aonde está a paz.

ele casou em 1986. todos éramos jovens. éramos todos para sempre. 1990. divórcio. já não éramos mais tão jovens e estávamos descobrindo que não, nós não éramos para sempre. tiveram um filho.
existe algo nele que sempre me encantou. nunca houve disfarces. máscaras. jogos. ele sempre se mostrou como era. como é. isso é, definitivamente muito complicado de se enfrentar. porque na verdade nós desejamos sempre ou quase sempre escutar e ver aquilo que desejamos. mentiras sinceras. cazuza. então foi dito não posso sustentar. meu dinheiro é curto você sabe. ela sabia. ela sabe. sempre soube. e concordou. os anos foram passando ele colaborando com o que podia. ela sempre dando uma vida de classe média alta. altíssima. que não era a dela. ele me re-encontrou. nos juntamos. unimos. colamos. somamos. multiplicamos. eu pari mais dois filhos. ele disse. você sabe. meu dinheiro é curto. curto. eu sabia. eu sei. mas o simples. não simples não. mas o fato de estar esperando mais um filho depois mais outro filho e formando uma família e tudo aquilo que vem grudado a ela me bastava. me basta. problemas dificuldades tropeções sempre haverão. foi para isso que eu aprendi a cair e levantar. não importa quantas vezes fossem necessárias. me perdi. então, na terça-feira chega um oficial de justiça. procurando por ele. entregando uma intimação: pagar no prazo de 72 setenta e duas horas a quantia de cento e quarenta e oito mil reais. como? lê novamente. é isso. ela pede esta quantia para pagamento de pensão alimentícia dos últimos quatorze anos. eu não tenho cento e quarenta e oito mil reais. ele não tem cento e quarenta e oito mil reais. você provavelmente não tem cento e quarenta e oito mil reais. então. pague ou explique-se. senão cadeia. cadeia. perdidos. totalmente perdidos. terça. quarta. perdidos. quinta. finalmente encontramos ajuda. respiramos. porque existe a verdade entre nós. a advogada dela telefona. propõe acordo. a sra. fulana beltrana sicrana deseja dois salários mínimos mais um carro do ano no nome do filho. acordo. no processo ela alega dificuldades financeiras. penúria. dois salários e um carro do ano solucionarão a triste vida financeira dela. eu penso penso e penso sobre tudo isso. sim eu sei que muitas mulheres dirão: ela está certíssima ... prende. esfola. coloca a pão e água. eu não concordo. nós mulheres. eu mulher. sei e todo mundo sabe que um filho é gerado por um óvulo e um espermatozóide. 50%/50% sacou? então filho não é caderneta de poupança nem tão pouco nota promissória em branco. cinquenta cinquenta meu bem. queimaram os soutiens, tomam pílula, gritam e esbravejam. mas quando a gana grita mais alto falam baixinho como as princesinhas do papai. by the way: ele não está cadeia. está dormindo depois que dei um calmante para ele. estou lutando a boa luta. as usual. fazendo juz ao meu nome alba regina. guiando meu reino. até o fim. e que venham os dragões.

não conhecer os caminhos é angustiante. vôo cego. sair batendo de porta em porta em busca de ajuda. sem saber aonde ficar. em quem confiar. angústia. acredito que em muitas vezes alguém se aproxima e fala no meu ouvido. 'não. não é aqui. não. não é este. não é assim. não'. e assim lá vou eu. até onde meus sentimentos me levam. ontem foi assim. falei vamos ali porque vai dar certo. eram duas portas. dois escritórios. numa placa o nome de um advogado que me pareceu familiar. um nome tão raro. mas tudo bem. toquei o interfone. uma duas três vezes. onze e tal da manhã. ninguém veio me atender. calor. desespero. socorro. fui tocar o interfone do escritório ao lado. atendida ao primeiro toque. subimos. quando ele abriu a porta da sala, atrás dele, em uma mesa. são judas tadeu. de frente para mim. pensei na hora: 'ok. custei a encontrar mas cheguei.' horas e horas falando. choro e choro. o cara é quase um padre. melhor, porque ele soluciona os meus problemas. o padre só finge. detalhe da vida: o advogado ao lado, que não me atendeu: é o advogado que quer o impossível. pois é. coisas da vida. sacou né?

não queria falar. mas vou falar mesmo assim. o menino de seis anos .... aqui no rio. não dá para não chorar. não sentir uma dor profunda no peito. agarrar seus filhos bem apertado. sentir vergonha. vergonha. de fazer parte desta raça. seres humanos. o que será que deus pensa num momento como este? será que ele pensa: pois é. errei mesmo. seres humanos: a grande cagada de deus. desculpe. mas só falando assim.

eu queria dizer obrigada. porque é assim: você escreve aqui. tudo. quase uma terapia. não espera retorno nem nada parecido. escreve para não ficar mais pirada do que já é. então a vida te põe na roda. estou rodando. minhas queridas chegam aqui e falam. deixam suas palavras para mim. poderiam entrar mudas e sairem caladas. afinal, a vida real tá aí lotada de problemas e abacaxis para serem descascados. mas falam comigo. e eu fico assim tão feliz. meu blog não é o super doopper do momento. mas é um reflexo da minha vida real. tenho poucos. muito poucos amigos mesmo. aqui acontece a mesma coisa. tenho poucos. mas muito. muito bons amigos. muito obrigada. amo vocês. suas palavras. minhas queridas. ( faz assim: fala alto a palavra querida. bem alto. não tem uma força? não é uma coisa esta palavra querida? a-do-ro! )

quinta-feira, fevereiro 08, 2007

a vontade é chorar o tempo todo e me esconder debaixo do meu edredon que nestes momentos em pleno calor me aquece. mas não posso. a vontade é fugir. fazer como o personagem do tom cruise em minority report: trocar meu globo ocular. modificar minhas digitais. tingir os cabelos. mudar o número do cpf, identidade. passar a me chamar qualquer coisa menos alba regina. a vontade é de nascer de novo. não é renascer. é nascer de novo. mesmo. sacou? as coisas estão para lá de difíceis. e o medo toma conta. castaneda dizia que o medo é o nosso primeiro inimigo. como eu sei disso. eu preciso levantar e lutar. gritar. xô! sai fora! não sei o que será da minha família em algumas semanas. não sei o que será de mim. afinal, nunca sabemos mesmo. esta é a grande sacada da vida. jogo de pôquer desleal. acho que agora eu preciso de todas as rezas e de todas as bençãos do mundo. me desculpem. mas tá difícil. mesmo.

quarta-feira, fevereiro 07, 2007

os beijos que a vida te dá. então chegou o e-mail do attilio com os telefones dizendo que estava com ele ali do lado dele coisa e tal. eu aqui anciosa. muito. as usual. mando e-mail e nada. o celular toca. é ele. attilio. nossa que coisa. quatorze anos again. passa o telefone e manda eu segurar meu coração. até parece. coração indomado o meu. marcelo do outro lado da linha. ahahaha. muito hilária esta vida. porque a primeira vez que falei com ele eu tinha quatorze anos. faz as contas. eu agora aos 44. trinta anos. me sinto igual. a mesma. com quatorze aos quarenta e quatro. com mais coragem. sem pudores. porque eu adoro este cara mesmo. deve ser coisa de outra vida. tenho certeza. e fico feliz quando sei que ele está bem e que venceu todas as batalhas e guerras. nossa que a vida me estapeia num dia e me beija no outro. ahahahaha. sou eu rindo na cara da vida.





até o jabor concorda comigo. toma vergonha nesta cara!

môn i love ya!

ela quer cento e quarenta seis mil trinta e oito reais e alguns centavos. após dezessete anos e quatro meses. eu também quero muita coisa. muita coisa mesmo. mas o principal eu já tenho. e mesmo que eu multiplicasse por infinito não haveria dinheiro que comprasse o que eu tenho. tem gente que quer tudo. pode até ter. mas o tudo que eu tenho ela jamais terá. sorry periferia.

correio eletrônico: Oi Albinha. Estou com a figura aqui do meu lado..rsrsrs :) me liga..2541 ** ** ou 9757** **...Bau..Beijos.

( acabei de abrir. nem sei como meu coração suporta tantos sustos. lembra do attilio que eu procurava desesperadamente ... ai como eu sou exagerada. pois é ... a vida moderna é super. )

terça-feira, fevereiro 06, 2007

i need money. i want money. money makes the world go 'round. show me the money. money money money money money ... em francês ficaria muito, muito melhor. em português nunca. miséria em português é ... três pontinhos. sacou né?

celacanto provoca maremoto. !

estou aqui. cansada. calor. isto aqui é a áfrica. num segundo rascunho melhoradinho. não dá para ser civilizado vivendo com um calor deste. esse negócio de ficar suado péssimo. mesmo. argh.

domingo, fevereiro 04, 2007

deitei. então tá. receita infernal: mosquitos + insônia. finalmente apaguei. sim. apaguei. como presente recebi um sonho. eu num barco com alguém indo cada vez mais para longe. de repente o barco empina e me joga na água. mar escuro. mas era dia. de repente do nada surgem pessoas e aquilo me assusta. mas não apavora. numa questão de segundos, aquelas pessoas são golfinhos que me jogam para o alto e me levam para nadar. alguém por favor me explique. porque sempre estes sonhos. variações sobre o mesmo tema.

sinceramente, nesta minha vida que é uma gangorra, existem momentos como agora que simplesmente não sei o que fazer. nem o que pensar. a vontade é pular da gangorra e sair correndo. mas vontade como dizem por aí é coisa que dá e passa. que coisa.

então eu estou aqui. ainda. não deu para dormir. não páro de pensar. assim uma coisa após a outra. o leandro está assistindo a um filme. com a drew barrymore que eu adoro. mas não consigo me concentrar. complicado. hoje fomos ao mac donald's também. programa de índio. não. índios são sábios. e aconteceu uma coisa que só poderia acontecer com o leandro. estava lotado. competição para conseguir uma mesa tipo dança das cadeiras. finalmente ele conseguiu uma. as pessoas deixaram a mesa imunda. bandeja copos guardanapos. aquela coisa. aí ele tirou tudo. meio que pê da vida. eu do lado oposto da lanchonete só sacando ele. então ele puxa conversa com um cara e fala e fala e gesticula daquele jeito tipicamente italiano. e o cara nada. então ele senta ao meu lado resmungando: 'primeiro, aquelas pessoas mal educadas depois, estava falando com aquele cara e ele nem para pelo menos responder, é mesmo que coisa.' e bla bla bla. num minuto ele aponta o tal cara antipático. gesticulando. gesticulando. o tal antipático era surdo-mudo. sério. ele estava tentando bater-papo com um surdo-mudo. só mesmo com ele. o meu marido. ah tá. é por isso que ele é meu marido. pode rir. eu deixo.

vou dormir. daqui a pouco. não. já é domingo. témais.

o melhor de tudo? sou carioca. aquariana. e o tom jobim também.

na próxima encarnação? serei best-seller.

caí de bunda. não literalmente. mas caí. hoje mesmo. mas já estou de pé. tipo caí mas não deixei que ninguém visse. hahaha. a vida bem que tenta mas não consegue. quero ver do que ela é capaz. olha só a minha cara de preocupada. viu? hahahahaha.

nestes dias em que estive fora assisti ao último dvd da madonna. ok. apesar de tudo. tudo mesmo ela é a melhor. afinal de contas até chorar, pouquinho eu chorei. esta mulher é para sempre. tipo meus netos irão gostar. meus bisnetos também. madonna. clássico total.

uma coisa é uma coisa. outra coisa é outra coisa. de manhã estava no leblon. ao meu lado a mulher ( a mulher é feio ) a senhora ( não, ela devia ter a minha idade ) então tá, a pessoa carregava uma louis vuitton jeans. tipo a única que eu usaria. chic. bastante chic. a noitinha parquinho com as crianças em cabo frio. atrás de mim a pessoa usava tomara-que-caia listrado preto e branco e sandália salto agulha. preto. de verniz. o chão do parquinho? terra, of course. olha aqui: deixa pra lá.

sábado, fevereiro 03, 2007

sábado. hora de levantar acampamento. café da manhã no cafeína do leblon. com mônica. marcia e surpresa! gio. nem sei o que dizer viu? a não ser que a vida é muito louca. muito louca mesmo cara. porque trata a gente assim. surpresa surpresa surpresa. estas pessoas que eu conheci aqui e que eu já gosto como se conhecesse desde sempre. sem cerimônia. nem pudores. nem estas coisas sabe como é. perfeição total seria se depois do café tivéssemos entrado na livraria do outro lado da rua ... cineminha. mas pois é. eu e esta minha mania de querer mais. hei! love you babes!

sexta no rio. hotelzinho na santa clara. o recepcionista já me trata pelo nome e sabe que eu durmo com quatro travesseiros. muito íntimo. 'também tem a coca-cola da senhora no quarto'. queria ele para mim aqui em casa. maior luxo. depois cismei de conhecer o tal shopping novo no leblon. maior enganção. cinema para assistir o ilusionista. não rolou. só havia poltronas livres nas duas primeiras filas. não fui com a cara da mulher da bilheteria. maquiagem surreal. tudo black. na boa parecia ter saído de um filme de terror trash. meu amigo j. biaggio ia amar ela. hahaha. levei leandro pela mão para conhecer o shopping. escada rolande radical. espaço. muito espaço. luz. muita luz. ultra moderno. terceiro mundo travestido de primeiro. de-tes-tei. pedi para ir embora correndo. tudo bem, pode me chamar de louca. maior energia ruim no lugar. dor na boca do estômago. nunca mais volto ali. pula uma linha. parágrafo. fomos pro balada. suco de morango com maracujá e tempestade. como eu sou carioca. ai ai.

estou fora desde o dia vinte e seis. e escrever é assim. obrigação mesmo. mas obrigação branca. tipo a boa obrigação sabe como é? porque senão perde a mão. e as palavras ficam correndo de você e te pertubando tipo gremlins infernais. mas aí você puxa uma e depois outra meio que na marra e rola. então muita hora nesta calma.

porquê eu sou assim?

estou aqui. só me dá um tempo para colocar minha cabeça em ordem. tá?