domingo, junho 22, 2008

" ...morrer..dormir..mais nada...imaginar que um sono põe remate aos sofrimentos do coração e aos golpes infinitos que constituem a natural herança da carne, é solução para almejar-se. morrer...dormir...talvez sonhar..." ( shakespeare, hamlet, ato III, cena I ).

sábado, junho 21, 2008

fato: tenho medo de avião. tenho medo só de pensar em estar em um avião. logo, nunca fui a lugar algum. nunca fui nem lá na esquina. meu desejo é que houvesse uma pílula contra o medo. qualquer medo. porque tenho sentido uma vontade imensa de colocar meus pés em outros lugares. sentir outros cheiros. olhar para janelas acesas durante a noite enquanto passeio de carro por ruas que nunca passei antes. como eu faço para matar meu medo entrar num avião e ir ali na esquina?

como criar uma revolução?

abrir os olhos. ficar absolutamente perdida por uma fração de segundos. que dia é hoje que dia da semana é hoje que horas são. as horas em verde limão gigantes dizem que são 05:47. pânico. me sinto meio enlouquecida. perdida. não acreditei no relógio que não piscava logo não mentia. mas ainda está escuro lá fora. escuro. pânico. chamo por ele. levanto acordo ela. alguém me diz que está escuro porque é inverno. volta pra cama. voltei. respira respira respira. durmo mais um pouco. quando abro novamente meus olhos está claro. sei que dia é. que horas são. agora o pânico é outro. sei. sei tanto a ponto de saber que será mais um dia absolutamente igual ao outro. pânico.

home.

sonho: mergulhava num mar verde esmeralda. ondas. mergulhos para me proteger mesmo assim era jogada contra as pedras. encontrei um caiaque e remei até a a praia. sã e salva. as usual.

quinta-feira, junho 19, 2008

sion. as galerias.

sonho. estava no sion. meu colégio. caminhava pelas galerias. subia e descia as escadas de mármore branco. entrei na galeria que dá para o pátio interno. recreio. muitas coisas permaneciam iguais. mas tiraram a árvore que era quase uma cama tão grandes eram seus galhos. pátio cheio de gente. música tocando alto. eram duas músicas completamente diferentes uma da outra. na minha frente uma turma inteira dançando bem. coreografia e tudo. lá no fundo do pátio outra turma cantando e dançando. sonho ou musical da broadway? sonho. alguém me chama e diz me reconhecer. fala dos meus olhos. eu não lembro da pessoa. não sei quem é. ela continua falando que lembra das minhas casinhas de boneca. casinhas de boneca? meus sonhos são muito mais interessantes que minha vida real.

o relógio do computador está maluco. sei que deve ser quase oito horas porque acabou o bom dia brasil. todos ainda dormem. a casa está fechada. não abri nem mesmo as janelas. bom dia.

segunda-feira, junho 16, 2008

eu tenho certeza absoluta certeza da existência da re-encarnação a cada vez que escuto amy winehouse e joss stone. coisa de outra vida. na boa.

quando eu era garota. treze quatorze anos ganhei um lp do james taylor. nele havia uma canção chamada fire and rain. de primeira eu adorei. passei uma tarde tirando a letra levantando e tentando colocar de volta no lugar da onde tinha parado o braço da vitrola ( rezando para não acabar com a agulha). muitas das minhas tardes eram assim. meu quarto embrulhado num papel de parede florido tevê somente na imagem e minha vitrola tocando e tocando. desde sempre sentia este vazio no meio de mim que nunca conseguia explicar. então atravessava tardes muito triste. chorava sem compreender porque me sentia daquele jeito assim, tão triste. eu e o meu vazio. fire and rain na vitrola. sábado acordei desse jeito. com o vazio pra fora de mim. sentei aqui de manhã muito cedo e procurei o james. encontrei ele aqui cantando é claro, fire and rain. é um video antigo. logo, um clássico. depois de trinta anos compreendi o que ele queria dizer realmente com a canção. fire and rain. james carrega o vazio pendurado no peito. menino lindo de olhos de turquesa.

pérola: " pra saber as tendências prefiro ir ao shopping e ver a vitrine da osklen. ultimamente só ver mesmo, porque a osklen, que sempre foi uma das minhas lojas preferidas, agora cobra por uma camisa quase o preço de um palio. " está no blog do bruno mazzeo. adoro.



minha casa. sabe aquela coisa, você pode tirar uma pessoa de dentro de casa mas não pode tirar a casa de dentro da pessoa? pois é. é isso.

o dia está branco.

sobre tsunamis e terremotos. a cada notícia de uma trajédia dessas fico matutando no porque das coisas. teve gente que disse que o que aconteceu na china recentemente foi um tipo de castigo. credo. não acredito em castigos. quando coloco um filho de castigo me sinto péssima. castigo não corrige ninguém. muito pelo contrário. só enraivece. mas tá. todas essas manifestações agressivas da natureza que levam centenas de pessoas embora, todas ao mesmo tempo para mim pessoalmente me parece outra coisa. sei lá. para mim é como se deus fizesse uma faxina em casa sabe como é? mas uma faxina ao contrário. tipo guardar porcelana da casa num lugar seguro para que ela não se quebre. então é assim: deus vem cá e retira as pessoas boas. de alma boa e leva prum lugar seguro. tipo: não vale a pena ficar aí não cara. volta pra cá. mas como fazer isso com tantas pessoas de uma tacada só? assim: tsunamis e terremotos e enchentes. método doloroso? sim. é claro. mas a cada dia que se passa acredito mais e mais que deus escreve certo por linhas tortas. esperança.

sonho. tsunami. estava no leme ( freud explica ). na praia em frente ao meu antigo prédio. no mar tranquilo com as crianças. de repente olhei para atrás e não havia mar. estava tudo seco. num piscar de olhos. na frente, longe vem aquela onda gigantesca crescendo. como um monstro que abre a boca lentamente. grito para as crianças correrem. pego no colo e corro. corro muito. a onda crescendo. chego na minha portaria entro fecho a porta. a onda quebra na escadaria. levemente. acordo. aham.

aqui. estou aqui.

quarta-feira, junho 11, 2008

tô indo dormir. tem dias que eu acho que dormir é uma total perda de tempo. mas minhas pálpebras descem como persianas. estava assistindo o caco barcellos suar a camisa pra conseguir uma entrevista com aquele moleque jogador de futebol, o pato. moleque arrogante. detestei. se continuar assim vai cair rapidinho. que nem patinho em barraquinha de tiro ao alvo. quá. assisti também a novela das nove, dez sei lá. mariana ximenes é um pé no saco. nossa. e o murilo benicio vestido à la brad pitt naquele filme 11 homens ( ou são 10, 12 ?) e ajeitando a calça à la al pacino em scarface beira o ridículo total. sem falar na voz que ele inventou desta vez. monotonia. ainda falo do barak. não me conformei até agora.

quinta-feira, junho 05, 2008

" mas era azul a jóia que você perdeu."
vermelho - ted hughes.

este é ted. o terceiro. são cinco gatos. nero o primeiro. clarice a segunda. ted o terceiro. sylvia a quarta. camomila a quinta. cada um do seu jeito. cinco personalidades absolutamente diferentes. ted é um menino. claro, é macho. não. ele é um menino. um moleque. ted foi conquistado. assim que chegou aqui trazido pelo leandro veio numa boa já se sentindo em casa. mas não gostava de carinho ou de colo ou de demonstrações claras de afeto. era tipo você fica aí e eu aqui. sacô? como aprendi a respeitar o jeito que gato tem aceitei o dele. porém, lentamente ele foi se chegando. eu deitava no sofá lá vinha ele. deitava na outra ponta. dia após dia ia se chegando mais. até o dia em que enroscou a cabeça nas minhas mãos ronronando e pedindo carinho. pronto! estava feito. agora é assim. aonde estou ele está. ronronando o tempo todo, me chamando pra brincar com bolinhas de papel seu brinquedo predileto. é verdade que ele não gosta de ficar preso no colo. mas de resto é isso aí. eu e ele no sofá. ted o gato conquistado. esta maravilhosa sensação de ter sido aceita por um gato. você compreendeu? nevermind.

ted

segunda-feira, junho 02, 2008

se eu pudesse ter além dos meus gatos, eu teria um panda um gorila um golfinho uma gaivota uma águia ...

ela.

james, o filho de seis anos de sarah jessica parker estuda em uma escola pública em nova york.


s.j.p.