quarta-feira, março 21, 2007

desde domingo ela está no quarto. desde domingo estou no meu quarto. o quarto dela está numa extremidade do corredor. meu quarto está na outra extremidade do corredor. do meu banheiro eu vejo o banheiro dela. ela vomitou a noite inteira. com a cara enfiada na privada. ela vive uma vida à la cazuza. houve um tempo em que éramos uma só. chegou o tempo da separação. ela é ela eu sou eu. ela não me escuta. ela não me ouve. passa por mim na escada e não me vê. ela ela ela. o silêncio sentou no meu sofá.

estação do ano: outono. no calendário e em mim também. estou no outono.

frac champagne - janaina tschäne.

terça-feira, março 20, 2007


segunda-feira, março 19, 2007

m.m. by milton h. greene

nossos filhos serão nossos piores juizes. ou carrascos.

domingo, março 18, 2007

o resumo do meu domingo é bem simples. crianças na piscina. eu na cozinha me metendo a fazer um macarrão igual ao do japonês. ahaha. só rindo mesmo. porque era miojo yakisoba depois frigideira e molho shoyo. nem precisa rir porque a vontade era tanta que comi tudinho. o que é de gosto é regalo da vida ( acho que é assim o ditado que minha avó vivia repetindo). depois eles assistindo o disney chanel que é tudo de bom e eu aqui no computador. doida para ir ao cinema assistir maria antonieta. estreou em maio do ano passado lá. chegou aqui anteontem. aff. mas aqui aonde moro nem pensar meu bem. então eu corri pro youtube. alguma alma santa jogou lá o filme. é claro que faltavam pedaços coisa e tal. mas fui assistindo tudo picadinho ... e adorei. um super hiper clip. mas é lindo. tudo é lindo. logo eu que me sinto uma dama assistindo a tudo aquilo. os vestidos e os sapatos e o máximo de tudo os doces coloridos. no final aquela certeza de que a pobre maria antonieta pagou pela estupidez do marido. meu domingão totalmente segunda mão.

em maria antonieta largado entre mules e chinelos coloridíssimos, um all star azulclarinho. pequenos detalhes. adorável.

foto by: mary w.

" provação significa que a vida está me provando. mas provação significa também que estou provando. e provar pode se transformar numa sede cada vez mais insaciável. "
( clarice lispector, a paixão segundo g.h. )

sábado, março 17, 2007

sinto pena porque ele não compreende as minhas tristezas. ele fala uma coisa os olhos dizem outra. sei que não é fácil para quem está ao meu lado. mas é muito pior para mim. que estou em mim o tempo todo. " there's no way out of here said the joker to the thief... " canta dylan. pois é.

ontem, enquanto assistia paraíso leandro se incomodou com olavo, personagem de wagner moura. incomodou-se mesmo. aliás incomoda bastante. incomoda muita gente. porque olavo é a representação da inveja. segundo o aurélio inveja é: " desgosto ou pesar pelo bem ou felicidade de outrem. desejo violento de possuir o bem alheio - objeto de inveja. " olavo é também pecador. comete o quinto pecado capital : a inveja. ela, a inveja é prima-irmã do ódio. o invejoso é mais ainda um sofredor. se deixa corroer. vive em função de derrubar o outro. de ver o outro derrotado, infeliz. acho que de todos os personagens que vi até agora olavo é sem dúvida o mais humano de todos. o mais crível, o melhor até agora. ele nos mostra no horário nobre aquilo que vivemos e fingimos não viver diariamente. eu conheço vários olavos. já fui vítima de alguns. estou sendo atualmente, vítima de outra. o invejoso é um doente? um mal caráter? talvez. para mim é uma mistura dos dois. é difícil lidar com um invejoso. difícil lutar com um invejoso. difícil perceber um invejoso. porque ele não se mostra. vive na sombra. muitas vezes, na sua. por isso, wagner moura até agora é o melhor. porque não deve ser nada fácil procurar, desencavar de você aquilo que há de pior: a inveja. quem tem inveja de wagner moura?

( avenida atlântica, déc. 40 - ao fundo o cine rian. foto de j. medeiros. )
paraíso tem como um de seus cenários um grande hotel na avenida atlântica. não tem jeito. não tem jeito de olhar a cena e não lembrar do cinema rian. aonde agora existe um mastodonte que chamam de hotel, havia o cinema rian. era um luxo.no meu caso, eu saía a pé da minha casa no leme e caminhava pelo calçadão, até entrar no cinema. tapete vermelho na entrada. e aquela sala de cinema enorme. tela majestosa. ali assisti os filmes da minha vida inteira. não consigo lembrar de todos. mas lembro que foram oito idas para assistir hair de forman, mais umas seis para the last waltz de scorcese umas duas para namorar enquanto brooke shields nadava na lagoa azul e por aí vai. doí o coração quando olho este hotel e lembro do rian. lentamente arrancaram, destruíram nossas raízes. graças a deus que ninguém pode invadir nossa memória afetiva e derrubá-la. exatamente como fizeram com o majestoso rian.

sexta-feira, março 16, 2007



' shakespeare in love' .

soneto 105 de william shakespeare. aquele que explica o meu amor.

o que eu queria mesmo era conhecer tão bem o inglês para poder ler o que caiu nas minhas mãos agora. porque eu li. reli. alguns versos pipocaram na minha cabeça e não cheguei aonde deveria. mas os senti. o que é ler um poema? ler entender compreender interpretar sentir. fico perambulando pela inglaterra em 1584 por aí ... vivendo cada palavra dele. como me incomoda, a minha ignorância.

os gatos sonham? como o que sonham os gatos?

" ... in the morning they wore each other's face. "
(ted hughes - lovesong )

quinta-feira, março 15, 2007

houve um tempo em que a minha cama era o meu mundo. meu planeta. era mais ou menos como neste cartaz de amèlie. acordava tomava cafe assistia tevê lia jornal livro revista almoçava dormia meu mundo era minha cama. universo paralelo total. tipo será que se eu colocar meus pés pra fora algum monstro terrível me levará para a imensidão do desconhecido? então eu ficava lá. dias noites dias noites dias ... o maravilhoso mundo de alba regina.


quarta-feira, março 14, 2007

" lose something everyday. accept the fluster
of lost door keys, the hour badly spent.
the art of losing isn't hard to master.
... "
traduzindo:
" perca algo todos os dias. aceite a pertubação
de perder as chaves da porta, a hora mal usada.
a arte de perder não é difícil de dominar
... "
( one art - uma arte - elizabeth bishop )
a tradução é minha. com o auxílio luxoso de um tradutor on line. saber não ocupa espaço. curiosidade nunca é demais. vambora people!

noite classe média. no paraíso wagner é moreno de olhos castanhos fabio é loiro de olhos azuis. bandido x mocinho. e, só para variar wagner quebra tudo. é uau uau uau. a mocinha alessandra n. nada me faz acreditar nela. sei lá viu, mas na vida real esta menina deve ser o ó de chata. até agora wagner é a melhor coisa no paraíso. depois dos créditos bbb7 novamente: bandido x mocinho. do lado de lá diego faz aquilo que todo mundo tem ou já teve vontade de fazer: mandar alguém ....! pois é. vamos combinar que isto é uma satisfação que não tem preço. quanta bobagem meu deus do céu!

então todos pensam: lá vem ela com mais uma nova descoberta. dezenas de poemas e coisas sobre a mesma pessoa. uma após a outra. então eu digo que é assim que sou. desde sempre. quando descubro alguma coisa que me move mergulho nela até não poder mais até o fim. deve haver algum termo para isso. mas sou assim. só sei que, sempre que estas descobertas esbarram em mim percebo que elas tem algo comigo. não vem ao meu encontro por nada. é quase uma necessidade. compreenderam? tudo bem. nem eu compreendo algumas vezes. mas sou assim.

" september rain falls on the house,
in the failing light, the old grandmother
sits in the kitchen with the child
beside the little marvel stove,
reading the jokes from the almanac,
laughing and talking to hide the tears "
( sestina, elizabeth bishop )

na varanda da casa cercada por samambaias e gatos sentados como pequenas estátuas ela lê para mim. é outono e o único som é o do vento nas folhagens. ela lê para mim enquanto as outras dormem. exceto uma. que permanece na bergère da sala. pensando e falando alto consigo mesma, v. aquela que tem o nome de rainha elizabeth possui música na voz. lê enquanto a tarde cai. eu permaneço ali. na varanda ouvindo o vento. escutando elizabeth cantar.

o dia está começando. vou ali e volto já.

terça-feira, março 13, 2007

momento bobagem porque ninguém é de ferro: fala a verdade, você lembra de ter visto uma figura tão tão como o diego do bbb7? eu não. sinceramente não. modelo homão. nossa. ah meus vinte anos!

" hidden, oh hidden
in the high fog
the house we live in,
beneath the magnetic rock,
rain-, rainbow-ridden,
where blood-black
bromelias, lichens,
owls, and the lint
of the waterfalls cling,
familiar, unbidden
... "
( song for the rainy season, elizabeth bishop - 1955 )
one art, the shampoo, insomnia, song for the rainy season. escuto música. aqui dentro da minha cabeça. caixinha de música. enquanto leio elizabeth b. neste final de tarde oco de uma terça-feira oca. o poema. o poema que ela faz, constrói palavra por palavra. ela faz música. silenciosa. vou indo assim. um atrás do outro. tal qual criança que devora um pacote de bolachas. final de tarde cheia. repleta. de mim.

dias ocos. várias coisas desejadas. lista imensa. tudo o que desejo escrevo. agora imagina bem quantas páginas de desejo eu guardo. terça-feira oca. as horas passam. como uma prossição sem fim. vou rezando o terço. e as horas passam. a tevê esteve muda o dia inteiro. só imagem. olha bem que escrevi prossição e nem sei se escrevi certo. o dicionário está longe. tantas coisas estão erradas na minha vida. uma palavra não vai piorar nada. nada pode piorar o meu coração. acordei no meio da madrugada com falta de ar. não havia ar dentro de mim. pulei da cama como se estivesse voltando do fundo do mar. não havia ar. porque esqueço de respirar. porque? na geladeira há um calendário grande. vou riscando dia a dia. contando os dias que virão. os dias são tão palpáveis no calendário. eles existem porque estão ali. o amanhã existe no calendário da minha geladeira. assim vou indo. horas de prossição. dias de calendário.

cópia de uma página de um livro de sylvia plath: " o grande gatsby ". pelo visto ela também conversava com os livros. olha bem o trecho que ela grifou. olha bem.

ennui - sylvia plath. original do poema transcrito abaixo. sylvia. always.

"Folhas de chá, frustrando anseios de desastre,
Propõem futuros nos quais nada ocorrerá
malgrado a palma de sua mão e seu bocejo,
Nem a cigana vê perigo ainda a vencer.
Estéril toda ameaça, o cavaleiro ingênuo não sabe de dragões e acha ogres obsoletos,
enquanto, hoje blasées, princesas consideram ridículo enfrentar terrores em torneios. "
( tédio - sylvia plath ).

segunda-feira, março 12, 2007

meu coração está embrulhado numa folha de jornal. de anteontem. assim. amassado.

esperando victor do lado de fora da sala da fonoaudióloga. dez e tal da manhã. pátio da escola cheio. adolescentes por todos os lados. treze quatorze quinze anos. eles podem tudo. eles tem tudo. eles sabem tudo. eles são tudo. mas uma coisa eu sei. eles não sabem. só se tem treze quatorze quinze uma vez. uma única vez. uma única chance. mal sabem eles que este sorvete logo termina. e a mamãe não comprará outro. na verdade estou com inveja mesmo. nunca mais eu terei. treze quatorze quinze anos.


mariana. todo mundo a chama de mary-janne. a garota dos cabelos de fogo. a namorada do homem-aranha. vinte anos. mariana. minha melhor personagem.

domingo, março 11, 2007

domingo pós-sol. ouvindo jackson's five ... one two three ...

" eram dias parados, aqueles. por mais que se movimentasse em gestos cotidianos - acordar, comer, caminhar, dormir -, dentro dele algo permanecia imóvel. como se seu corpo fosse apenas a moldura do desenho de um rosto apoiado sobre uma das mãos, olhos fixos na distância. ausentou-se, diriam ao vê-lo, se o vissem. e não seria verdade. nesses dias, estava presente como nunca, tão pleno e perto que estava dentro do que chamaria - tivesse palavras, mas não as tinha ou não queria tê-las - vaga e precisamente de: a grande falta.
( em: morangos mofados, transformações ( uma fábula) - caio fernando abreu ).

consequence, 2002. - alysta monks.

sábado, março 10, 2007

" ... sábado
não adianta desperdiçar sofrimento
por quem não merece
é como escrever poemas no papel higiênico
e limpar o cu
com os sentimentos mais nobres "

( querido diário ( tópicos para uma semana utópica ) - cazuza ) .

sábado lindo de sol. na caixa de e-mail aquele aviso que eu não queria receber. durante cinco dias estarei me sentindo ameaçada. como um cão amordaçado impedido de protejer seu dono. mas deixa estar. vou pra praia. tomar banho de mar. pedir pra iemanjá levar o que há de ruim pra bem longe daqui. pegar onda na espuma com o victor. ver como a pietra não se sente ameaçada com nada. nem mesmo com o mar. você já parou pra prestar atenção no mar? então presta. porque ele fala e se movimenta. assim o tempo todo. vou lavar a alma. quando eu voltar acenderei uma vela pro meu anjo da guarda. incenso. banho perfumado com lavanda. té mais.


ontem. cinema às sete. rocky balboa. se ele não pensa muito menos eu. é ruim. muito ruim mesmo. chega a ser péssimo. mas há uma grande coisa em rocky balboa. não existe personagem ali. balboa é stallonne e vice-versa. então, neste ponto deixa de ser ruim. pelo menos pra mim. existe até a filosofia balboa. que fui obrigada a concordar. tipo é isto aí. algo assim: não importa a força que você bata na vida e sim como você sobreviva as porradas que ela te dá. acho que era isso. olha aqui, eu adoro o sylvester stallone. o melhor pior do mundo. ou ao contrário. tanto faz. rocky balboa rules!

sexta-feira, março 09, 2007

sexta-feira e ainda faz calor. mas sinto que o outono está chegando. isto me traz alegria. abro meus e-mails. página de notícias da globo.com, adoeço. porque eles mantêm a foto da menina de dois anos que foi assassinada na igreja. fecho a página na mesma hora. ligo a tevê. alguém deixou na globo. a segunda imagem do dia é o video de uma moça sendo assassinada a tiros. volto pro computador. parto direto para a página do bbb. só me interessa saber quem venceu a prova do líder. não quero saber de nada. quero que o bush vá para o inferno. e, com certeza ele irá no futuro. tomara que leve o lula com ele. só lendo gibi mesmo. hoje estou charlie brown total. good grief!


sexta-feira. bom dia!

quinta-feira, março 08, 2007

almost - alyssa monks, 2005.
( aqui: )


presta atenção nisso: " ... pois minha crença é que, se vivermos aproximadamente mais um século - e estou falando na vida comum que é a vida real, e não nas vidinhas à parte que vivemos individualmente - e tivermos, cada uma, quinhentas libras por ano e o próprio quarto; se tivermos o hábito da liberdade e a coragem de escrever exatamente o que pensamos; se fugirmos um pouco da sala de estar comum e virmos os seres humanos nem sempre em sua relação uns com os outros, mas em relação à realidade, e também o céu e as árvores ou o que quer que seja, como são; se olharmos mais além do espectro de milton, pois nenhum ser humano deve tapar o horizonte; se encaramos o fato, pois é um fato, de que não há nenhum braço em que nos apoiarmos, mas que seguimos sozinhas e que nossa relação é para com o mundo da realidade e naõ apenas para com o mundo dos homens e das mulheres, então chegará a oportunidade, e o poeta morto que foi a irmã de shakespeare assumirá o corpo que com tanta frequência deixou por terra. extraindo sua vida das vidas das desconhecidas que foram suas precursoras, como antes fez seu irmão, ela nascerá. ... mas afirmo que ela viria se trabalhássemos por ela, e que trabalhar assim, mesmo na pobreza e na obscuridade, vale a pena. "
( virginia woolf em: um teto todo seu, pág.124 ).

eu acho este negócio de dia internacional da mulher a maior bobagem. porque será que os homens cismam em achar que nós nos contentamos com pouco hein?!

" acorda maria bonita,
acorda vem fazer café,
que o dia já está raiando,
e a milícia já está de pé. "

" ... há vozes nos corpos sem vida,
há vozes no meu caminhar,
há vozes no sono de meus filhos
e meu pensamento como um relâmpago risca
o limite da minha existência
na ânsia de saber quem grita. "
( adalgisa nery, cantos de angústia ).

" ... she thinks she can warn the stars.
a writer is essentially a spy.
dear love, i am that girl . "
( anne sexton, the black art ).

" porque és assim tão escura, assim tão triste?!
é que, talvez, ò noite, em ti existe
uma saudade igual à que eu contenho!
saudade que eu sei donde vem
talvez de ti, Ó noite! ... ou de ninguém!
que eu nunca sei quem sou, nem o que tenho ! "
( em: poemas de florbela espanca - noite de saudade ).

" a word is dead
when it is said,
some say.
i say it just
begins to live
that day. "
( emily dickinson, lxxxix ).

" e em labirintos se movem
os fantasmas que persigo. "
( em: cecília meireles, canções ).

" aos poucos o dia vai-lhe entrando pelo corpo. ... de novo, o silêncio diverte-se um momento escutando-o. é absoluto. como de morte. ... "
( em: clarice lispector outros escritos, o triunfo ).

" o silêncio me deprimiu. não era o silêncio do silêncio. era o meu próprio silêncio. "
( em: a redoma de vidro, sylvia plath ).

" preciso voltar e olhar de novo aqueles dois quartos vazios. "
( em: a teus pés, ana cristina cesar ).

" para que termos um corpo, se somos obrigados a mantê-lo encerrado em uma caixa, como se fosse um violino raro, muito raro? "
( katherine mansfield , felicidade ).

quarta-feira, março 07, 2007

resumo da minha ópera: cansada de me sentir triste.

para joão.

7 de março de 2007. um mês. tudo permanece igual. somos alvo fácil nas mãos deles. um mês.

terça-feira, março 06, 2007

" só melhoro quando chove. "
( adélia prado - dona doida ).


segunda-feira, março 05, 2007

tomara deus eu esteja errada. afinal, assistir a novela das nove é o programa de qualquer brasileiro classe média. mas, o que foi este primeiro capítulo da nova novela do gilberto braga? a camila pitanga ressuscitou uma personagem feito a alguns anos, que era apaixonada pelo marcos "guma" palmeira... só não era vadia. porque todo grande empresário tem que ser um grosso? tudo bem. mas tem muito porteiro aí que é tão grosso quanto um grande empresário de multi-nacional. a alessandra negrini vem de modelo ruth-raquel. bobagem este negócio. mais antigo que andar para trás. aff. copacabana é uma bagaceira só. mas adoro. sou copacabanense. e aí de quem falar mal dela. a penúltima novela do manuel carlos também tinha como cenário um hotel. mas era ipanema. o vilão joga baixo. o mocinho só faz coisas boas. um enjoô. tudo bem. estou mal humorada mesmo. talvez eu estivesse esperando por um 'dancin' days' do séc. xxi. não rolou. mas adorei a rosamaria murtinho fazendo a cafetina. vou me acalmar. gloria pires vem aí. com certeza a presença dela compensará a maria fernanda cândido. que só se salva por ser um clone da sofia loren. e que deus me salve da renné de v. não consigo nem chegar ao final do sobrenome tamanha é a antipatia pela forma dela falar. e para fechar, alguém aí me explica o que foi a cena mar em fúria?

sou a mais nova lunática do planeta. não compro mais jornal. não assisto mais ao jornal nacional nem a nada parecido. só leio revista de fofoca. revista de moda. quadrinhos. só assisto a programas fúteis. eu sei que um dia morrerei. mas não sofro por antecipação. não quero mais saber de crianças violentadas e abandonadas em pia batismal. não quero mais ligar a tevê às nove da manhã e dar de cara com uma menina de treze anos baleada pelas costas se esvaindo em sangue. não quero mais ver o rosto de uma mãe desesperada porque a filha foi levar o irmão à creche às oito da manhã e morreu com um tiro. não quero mais saber o que o lula acha. até mesmo porque ele não acha nada porque é um imbecil. não quero mais saber que a juíza pediu para termos paciência afinal estávamos muito nervosos só porque um menino de seis anos de idade foi arrastado por sete quilômetros. se eu tivesse um fuzil fuziliaria esta gente toda. dia de fúria total. hoje na pastelaria do chinês ele esculhambou um cara porque achou que ele havia tentado passar ele, o chinês para trás em setenta centavos. o chinês mal fala português. o que um chinês está fazendo aqui? adoro axl rose. one in a million total. estamos perdidos. o planeta vai fritar. você já parou para prestar atenção na intensidade que o sol bate na sua pele? vamos fritar. do outro lado do planeta seres-humanos bomba estão explodindo. o bbb7 mostra em cadeia nacional vinte e quatro horas como vale a pena ser canalha sujo cafajeste. o bbb7 é o retrato fiel da nossa nação. sou a mais nova lunática do planeta. não tem remédio que me cure. até mesmo porque não quero ser curada. sei lá. de repente se eu me curo começo a achar que tudo isso é o certo e correto. sabe-se lá.

domingo, março 04, 2007

domingo. domingo. domingo. pois é. é isto aí. todo domingo é assim: repetição total.

sábado, março 03, 2007

" ... contudo, sem ser mórbida e mexendo nas lembranças, devo confessar que vejo nisto alguma coisa triste na vida. não me refiro à tristeza que todos nós conhecemos, como a doença, a pobreza e a morte. não, é algo diferente. é lá no fundo, bem no fundo, faz parte da gente, como a respiração. por mais que trabalhe, por mais que me canse, basta parar para sentir que essa coisa está lá, esperando. muitas vezes eu me pergunto se todo mindo sente do mesmo jeito. nunca se pode saber. mas não é extraordinário que dentro de seu canto alegre, doce, tudo o que eu ouvia era: tristeza? ah, o que é isto? "
( felicidade e outros contos - 0 canário, katherine mansfield ).

d.b.

ela agora desapareceu no céu. tipo brincando de esconde-esconde. trilha sonora óbvia porém perfeita: pink floyd. fazer o que?

lua negra. eclipse total da lua. eu vi da minha janela. lá está ela totalmente negra. me senti minúscula. olha aqui. olha para o céu agora. viu? você é minúscula também.

daqui a pouco: eclipse total da lua.

não sonho com meu pai. sonho com minha mãe. de quando em quando. nunca com meu pai. fico me atormentando com perguntas querendo saber aonde ele está. já me disseram que, algumas pessoas quando vão embora, ficam em lugares semelhantes aos hospitais daqui ou então ficam dormindo por algum tempo. prefiro acreditar que ele está dormindo. descansando mesmo. porque as coisas aqui não foram muito fáceis para ele. e ele coitadinho era tão confuso. então existem fases em mim que eu sinto muita saudade dele. e, para senti-lo perto me agarro ao livro da helena jobim e as músicas do tom. porque ele me traz meu pai. fico sempre assim meio tristemente alegre. porque é ele, tom que traz meu pai de volta para mim. ave tom!

é preciso respirar. se não há nada a ser dito. não diga. silêncio. é bom e todo mundo gosta. assim eu penso. estou aqui novamente. meio sem saber o que dizer. ainda. fui à praia e peguei muito sol. imagina isso. pegar sol. tipo enfiar a mão no sol como numa tigela cheia de alguma coisa. uma tigela cheia de sol. ombro ardido e aquela preguiça gostosa que dá no corpo depois da praia. já é março e a luz é outra. o ar também. ainda está quente mas o ar é de março. daqui a pouco é outono. outono é tudo. o que será tudo?


t. j.