2008 foi um ano bom. não consigo pensar em retrospectivas porque sou como a peixinha do nemo. continue a nadar...continue a nadar. só sei que foi um ano bom. 2009? o que será amanhã responda quem sou souber ...

graças. ela foi embora. quer apostar quanto como amanhã vai amanhecer um lindo dia de sol?

das coisas que eu preciso: cuba para a pia do banheiro das crianças; dois espelhos para os banheiros; um espelho para o quarto das meninas; tapete para o quarto do victor; quadros de aviso de cortiça; ler jorge luis borges. não necessariamente nessa ordem.

clarice, a gata.

ela é clarice, a gata. clarice tem suas manias. ela não bebe mais água na tigela cor de rosa dela. água fresca e limpinha trocada três vezes ao dia. clarice, a gata leva vida de princesa. mas é maluquinha. sendo assim, ela só bebe água na torneira do tanque. como é princesa, clarice acredita que o tanque é seu bebedouro particular. clarice a gata muito gata.

variações sobre o mesmo tema. há quinze anos eu estive no maracanã e assisti "the girlie show" by madonna. tempos de mordomia. agora com certeza não iria nem com mordomia. até mesmo porque entre os tais vips só tem arroz de festa. enfim, vou te contar: se você não vai, não se entristeça. os shows de madonna são variações sobre um mesmo tema: ela mesma. então é aquilo: dois bailarinos, duas bailarinas e ela no meio. essa senhora me cansa. bom mesmo é ouvir amy winehouse que aos vinte poucos tem uma voz que madonna aos cinquenta não consegue chegar perto. madonna go home!

capitu é linda. mas não rola. é como assistir a uma peça do gerald thomas e sair falando que achou o máximo, uau como ele é incrível e criativo e tudo mais. tem jeito não. durannte dois capítulos tentei. tentei. tudo o que consegui sentir foi sono. pra falar a verdade dá pra ficar no modo mudo porque as imagens e os figurinos são realmente lindos. de resto não dá. sei lá. devo ser muito ignorante mesmo. sei lá.

patricia pillar não é bette davis. excesso de confiança dá nisso. melhor, deu naquilo que a gente viu na novela. socorro. o que era aquela mulher vestida numa camisola branca toda ensanguentada segurando aquela lâmpada? na dúvida é melhor trocar o facão de açogueiro por uma luz fria mesmo. pp não me engana. só me enerva. cena exagerada demais, longa demais. pra terminar jec ainda me mata o seu gonçalo. e agora jec?!

alguém ensina a patricia pillar a ser má pelo amor de deus! volta gonçalo!!!!

vem cá, eu pago meus impostos religiosamente pra isso? porque se os filhos da madonna andam pelo rio de janeiro sob escolta da pm eu também quero essa prestação de serviços pros meus filhos. wake up and smell the coffee, madonna!

que olhos são esses patricia pillar?

"moro, num país tropical, abençoado por deus..." se eu tivesse que ser capa de uma revista eu queria ser capa da rolling stone. e o kiko? sabrina sato é a capa da nova rolling stone brasileira. pois é.

ela está entre nós. ( grande coisa ).

tentando assistir capitu.

definitivamente eu não sou a mocinha da estória.

é hora do banho que hora mais feliz ... porque é meu. me pertence. esta hora em que meus minutos não são compartilhados nem dividos com ninguém. afinal, ninguém quer me dar banho. é aqui no banheiro aonde encontro o tesouro mais precioso: a solidão. solidão e silêncio começam com s. serão irmãs ou primas? sendo assim carreguei david byrne com sua talking head pra cantar para mim enquanto me banhava. burning down the house. o barulho da água caindo somado a david byrne volume 7 num banheiro minúsculo me convence que estou a salvo ali para fazer o que bem entender da minha vida. carente, comecei a chamar pela minha mãe.muito baixinho no começo, porque estou programada para falar baixo. quando percebi que ninguém poderia me escutar fui aumentando a potência do chamado. no final, estava gritando manhêeeeeeeeeeeeee!!!!! a gente chama pela mãe a vida inteira. até para pedir um copo d'água. é coisa vulgar chamar pela mãe. mas, quando você já não tem mais a mãe para chamar você percebe a falta que faz simplesmente falar mãe, mamãe ... teve um instante que a vi ali do outro lado do box com a toalha na mão dizendo " esqueceu mais uma vez, só pra variar!". pois é. é a hora do banho o meu momento mais feliz. mãe, enxuga minhas costas?

k.m.

hey! madonna, gimme a break ok?

resumo do dia: dor de dente.

na vitrola: superstition, stevie wonder. i'm a 70's girl.

poignant

2009 o que vier é lucro.

o ontem de suri cruise, a fofa teve como saldo um caminhão de sacos cor de abóbora recheados de brinquedos. pois é. um caminhão de brinquedos. ahã. ninguém citou se eram brinquedos para doação ou algo do gênero. eram para suri, a fofa. aí, eu me arrependo pacas de ter relevado o casaco armani de pele de coelhos....porque fiquei pensando como duas pessoas adultas e totalmente sem noção podem acabar com a cabeça de um ser humano tão fresquinho ainda. a pergunta é: que pessoa será a toda fofa suri cruise daqui a vinte anos?

“ Everything that needs to happen, will happen, in the time that it takes to happen, the way it was meant to happen. You need to trust in that.

suri toda fofa cruise. não importa o casaco armani de pele de coelhos. afinal, ela ainda não se veste sozinha. o caso é que ela é fofa. fofa fofa. suri e seu lollipop gigante.

se essa rua fosse minha ... rua gustavo sampaio, leme ... eu mandava eu mandava ladrilhar...

quando você pensa que já viu de tudo: xuxa de noviça. noviça. alguém me responda: o que é a xuxa afinal?

ricci's star

You must be my Lucky Star
'Cause you shine on me wherever you are
I just think of you and I start to glow
And I need your light
And baby you know
Starlight, starbright first star I see tonight
Starlight, [starbright] make everything all right
Starlight, starbright first star I see tonight
Starlight, [starbright] yeah
You must be my Lucky Star
'Cause you make the darkness seem so far
And when I'm lost you'll be my guide
I just turn around and you're by my side
Come on shine your heavenly body tonight
'Cause I know you're gonna make everything all right
You may be my lucky star
But I'm the luckiest by far
( lucky star - madonna )

como é duro pensar rápido. algumas vezes meu pensamento embola nas minhas palavras e quando eu falo as frases saem ao contrário. tipo de trás pra frente. quem me escuta e não me conhece bem faz aquela cara de espanto.. meu rosto fica quente. porque será que ninguém me compreende?

em poignant

and so this is xmas.... natal novamente. sempre adorei natal. tipo, das coisas que eu mais adorava esperar: aniversário e natal. agora nem ligo. mas árvores de natal me encantam. me deixam maluquinha. sempre desejei ter uma árvore daquelas que tocam o teto. nunca rolou. mas meus natais eram incríveis porque minha mãe era totalmente doidinha então, quando eu acordava havia dezenas, sério, dezenas de brinquedos e bonecas e tudo. minha sala de visitas era uma loja de brinquedos. foi assim depois de grande. eu recebia aqueles envelopes com dinheiro "pra comprar aquilo que você quizer". multiplique o envelope por três e, voilá! ritmo de festa. então a mariana chegou e repeti com ela meus natais. doidera é hereditária. mas quando minha avó foi embora que tudo se partiu e não existiram mais natais nem presentes nem ceias nem nada. havia um traço no calendário. e aquele vazio. imenso. vieram victor e pietra. muitas coisas aconteceram para preencher os espaços em branco. realizei finalmente que papai noel não existe porque quem paga a fatura sou eu. mas árvore de natal, pisca-pisca, uma comidinha gostosa à mesa e presente manhã seguinte sempre tem. porque sou absolutamente a favor dos sonhos e tudo mais....minha árvore está aqui. este ano ela é um caso à parte. daqui a pouco eu conto....

e
( felicidade ).

em poignant

" The right shoes can change your life. "

cinderella

novelão. com a-o-til. a favorita. depois de irmãos coragem ( só por causa da gloria menezes e aquela personagem com dupla personalidade ), carinhoso e dancin' days, a favorita é, desde já uma das minhas best of the best. sou fiel. até mesmo quando meus olhos ardem e minha córnea está gritando "socorro, minha filha fecha esses olhos agora!" então, os fecho e volto aos bons tempos do rádio. incrível. mesmo só no audio é uma novela e tanto. claudia raia ganhou de presente essa donatella que é um sonho de personagem. ela chora e eu digo "ai. tadinha lá vem mais uma roubada." o carmo para mim é o zé bob e ponto final. ninguém mais poderia ser o zé bob. o cauã r. leva o prêmio como aquele que não veio pra vida a passeio e que, sendo esperto e dedicado e humilde vai-se longe. halley i love you. mariana x. é chata. chata chata chata. menininha facinha ela. sem falar nos olhos juntinhos. mme. menezes é mme. menezes mas, o tom de mestre do kung-fu irrita. não é mesmo gafanhoto? ela talvez poderia ser mais uma vilã. não deixa de ser. nas entrelinhas ela é. afinal, ela está ali, colaborando sem questionar nada nunca. não esqueci que no início da novela citaram que ela esteve em clínicas bla bla bla. nossa. seria a consagração final de j.e.c. já pensou? eu sim. murilo benício deveria partir para uma hibernação. nossa. querido, falta um mundo pra você chegar a um personagem de tarantino. a vilã. patricia pillar. não nasceu para vilã. definitivamente. não sei de onde ela tirou a idéia de que, pontuando cada sílaba devidamente acompanhada pelas mãos tornaria seu tom mais maléfico. flora é uma psicopata. falta esse tom doentio na flora de pillar. ela irrita. não dá medo. fico imaginando a flora nas mãos de gloria pires. imaginou? pois é. aliás, como pode murilo benicio ser pai de lara. nada é perfeito e atualmente escalar uma novela é tarefa árdua. a dedina ( qual o nome da atriz?) está em uma atriz que não faz juz a ela. muito fraquinha. tarcisio meira sempre será o meu capitão rodrigo montado num cavalo lindo correndo, prestes a me salvar. mas, qual será a diferença que ele fará no final? me socorram se ele terminar com a irene. prestatenção. ontem, mataram a wilma. a labrador do zé bob. fiquei arrasada. como pode isso? um cão assassinado assim, no horário nobre? choque. wilma é grande atriz. ponto para j.e.c. o que mais ele vai inventar? sabe-se lá. só sei que depois de gilberto braga, j.e.c. é príncipe.

fenômenos. fui pro rio. nem sei porque mas fui. dia lindo. daqueles que aparecem depois de muita água que cai do céu. se eu limpo a minha casa porque não o universo? tudo muito limpo. o céu o ar. o mar estava azul-marinho. fomos pro cinema. é aí que você sente o que é ser casada com alguém absolutamente diferente de você. vicky cristina barcelona e queime depois de ler. ok. eu queria o primeiro e ele o segundo. é sempre assim. saco. ele sofre com woody allen. dei essa moleza pra ele. lá fomos nós. queime depois de ler. brad pitt george clooney. o primeiro mais velho o outro também. clooney muito magro. muito mesmo. mas a voz. ah a voz. pitt não engana mais em ângulo nenhum. teria medo de encontrar ele pessoalmente e ficar triste. algo me diz que ele é extremamente fotogênico e só. mas adoro. quer saber? ri muito. nossa, como eu ri.

pitt é impagável na cena do carro com malkovich ( que homem é esse? ). sei lá. adorei porque ri. porque ri de coisas que eram para rir mesmo porque era a vida contada daquele jeito. paspalhos. somos todos paspalhos. tipo no final das contas, ninguém vai sacar nada mesmo. nevermind. assistirei esse último do woody allen sozinha na sala. comemos num japonês ali na atlântica. deus, como eu desejo um sushi men pra mim. que cozinheira que nada. eu quero mesmo é um japa. quarto do meu hotel. com a cama preparada pra mim, do jeito que eu gosto. como é bom ser vip. entrei no café do francês e comprei um livro. re-comprei um livro: perto do coração selvagem. li no sion. era bobinha. não bateu. voltando pro quarto. banho quente. muito quente. ar condicionado frio. muito frio. corpo fresquinho. lençol que faz barulhinho quando você deita. perto do coração selvagem:" difícil aspirar as pessoas como o aspirador de pó ", disse clarice. agora estou compreendendo. a tevê no volume baixo. só para sentir que ela, a tevê estava lá. era um jornal. falam do fenômeno que estava no céu. a lua vênus e jupiter lá pra todo mundo ver. eu lendo clarice naquele lençol extra limpo com o ar condicionado ligado. mundo perfeito. redondinho. parei para pensar que não era preciso correr pra janela. porque eu, já havia olhado pro céu e visto os três ali no céu azul turquesa escura. fenômeno. alguns instantes da minha vida são assim: verdadeiros fenômenos.

choveu muito. nesses dias que ficaram em algum lugar que eu não sei aonde fica, choveu muito. numa destas tardes choveu. bastante. pegamos o carro e fomos buscar as crianças na escola. praia. olha bem a vida que eu levo. passeando pela praia em plena semana. ok. lá longe havia um arc0-íris. na hora nem liguei porque estava de mal com o dia. mas olhei pra ele mesmo assim. num instante qualquer ele grita dentro do carro: presta atenção! estamos passando embaixo do arco-íris! ele, este homem enorme gritando dentro do carro como um menino. aí, puff! meu dia clareou às seis da tarde. vê bem que coisa, sou casada com um cara que grita pro arco-íris. fiz um pedido coisa e tal. nem sei se faz pedido. mas fiz mesmo assim. afinal, quantos arc0-íris você já viu na vida. hein?

da coisa que é ser mãe: a pessoa do meio é minha filha. mariana. v prêmio cabo frio de comunicação. primeira participação. terceiro lugar na categoria fotojornalismo.

eis que surge mais um membro no clã: senhoras e senhores, tata. o rato.

vivendo e aprendendo. ou será ao contrário. não sei. aos 45 já deveria ter aprendido que a minha vida não combina com planejamentos. tipio agenda. às 08:00 acordar. às 08:10 fazer número 1. às 8:15 tomar café da manhã. às 08:30 escovar os dentes. às 08:45 fazer número dois. sabe como é? sempre troco tudo e nada acontece na ordem que deveria acontecer. aí já viu. então eu no começo do ano fiz planos com ele. anotações e cálculos. ok. agora vai. fomos. mais ou menos porque nós nunca podemos saber o dia de amanha bla bla bla e eu sofri um ataque terrorista tipo 11 de setembro nas minhas contas bancárias. quase tive um ataque. another one. e dessa vez a culpa não era nem minha nem dos meus desequilíbrios químicos internos. a culpa era do bush e dos americanos e suas orelhas de mickey mouse ridículas. tá. eu fui ingênua. pura. bobinha. sendo assim, mifú. dias terríveis. dúvida cruel. correr ou ficar? adivinha o que eu fiz? tic tac tic tac. corri. é claro. agora cá estou eu. um mês depois do obama da minha gripe e do meu desespero em outra casa. não. agora não tem lobo mal. porque dessa fui esperta como o prático e construí uma casinha de tijolos. pode bufar. pode soprar. minha vida você não vai derrubar.

i'm back. só espera um pouquinho porque depois de um tempo sem escrever a parada dói.

então eu estou super hiper resfriada e minha cabeça doí doí. mesmo assim fiquei acordada até sei lá três da manhã esperando ele subir no palco. o quatragésimo quarto presidente dos eua obama.e minha cabeça ficou girando e girando enquanto eu escutava esse homem falar. e lembrei da minha vó que me contava as estórias mais inacreditáveis dos tempos em que ela e meu vô moravam em d.c. tipo ela entrava no ônibus e a empregada só podia sentar no bancos de trás. ou quando ela entrava em algum lugar e ela ficava do lado de fora. e quando ela contava havia aquele tom de espanto e indignação. enquanto minha cabeça girava lembrei do motorista que tínhamos que me viu nascer o meu dionísio. um negro de quase dois metros de altura que era tão negro mas tão negro que o branco dos seus olhos eram meio amarelados. e o quanto eu amava aquele homem que me carregava no colo de lá pra cá com seu cheiro de lavanda e camisa engomada azul clara. meu dionísio deus negro. mais um pouco lá estava eu na minha sala do primeiro ano na tradicional escola de freiras francesa. seis sete anos de idade. eu aluna nova. ela já estava lá. nós duas com nosso uniforme azul marinho com botões de madrepérola e cinto de elá stico vermelho. uniformizadas. idênticas. mas ela se chamava vânia e era negra. assim como meu dionísio. e ninguém sentava com ela. e eu sentei. lembro até hoje do olhar de espanto dela para mim como se dizesse: menina maluca. tá fazendo o que aqui? o cabelo dela curtinho cheirava a henê. o cheiro era enjoativo como o quê. mas ela era um encanto e me recebeu com susto espanto e carinho. depois desse primeiro dia fui banida da sala. se é que você me compreende. a vânia acabou se rendendo e saiu da escola. eu fiquei. penei durante anos. pela minha ousadia de sentar ao lado de uma negra. meu nariz em forma de cascata minha cabeça latejando e ele lá longe falando e repetindo " yes, we can. yes, we can." eu penso que eu repito isso over and over pros meus filhos. dia desses victor chegou em casa da escola chorando porque na sala os amigos oegavam no pé dele por conta de seus desenhos absolutamente diferentes dos outros. eu sem saber o que dizer diante daquela tristeza. sem saber como mostrar para ele a importância dele fazer diferente. e quando uma luz divina me alcançou peguei meu livro verde de picasso e mostrei para ele como o diferente pode ser lindo e importante. e que cada um é como é. e pronto.

girando. pensei que obama era uma criança como a vânia. afinal, temos dois anos de diferença apenas. fiquei pensando se alguém infrigiu as leis e sentou ao lado dele. lanchou com ele. nossa. eu vou continuar isso depois. "it's a beautiful day ... "( para cantar gritando ).

let's rock n' roll babe! obama! change is comin'!

as fotos são de toni frissell mas as cores são de marina w. iluminações.

minha alma amassada. pisada. pano de chão.

tony frissel

enquanto eu com a vassora em punho mal digo minha vida domesticada, desejo estar em madri dormindo em camas king size embalada em edredons de pluma de ganso, lá vai ela. dia sim dia não. em direção ao carrasco. arrasta a vida e entrega nas maõs do anestesista do psiquiatra da enfermeira. deita. estende os braços fecha os olhos. eletrodos ligados à fronte. leva choques como quem extrai o siso. menina sem juízo.

meu são judas amado rogai por nós.

get a life!

meu são longuinho: se eu der três pulinhos o senhor acha a minha paciência? que eu perdi e não consigo achar de jeito nenhum?

durante a guerra do vietnam os hippies queimavam suas convocações. rebeldia. por mim amanhã mesmo queimaria meu título de eleitor em praça pública. cansei desta vida em vão.

coração carioca em luto.

camillo. aquele que dorme. dorme.

clarice, a gata. minha companheira tardes a dentro.

somente eles são felizes.

"quem sabe eu ainda sou uma garotinha ..."

"stare at walls "

sarah marshall

a coisa tá feia.

posso estar enganada mas, hoje à tarde consumi uma garrafa de 2l de coca-cola.

sobre grazi m. e como a vida pode ser absolutamente fantástica.

hoje minha mãe completaria 72 anos. não. o verbo não está conjugado no tempo certo. hoje minha mãe completa 72 anos. já não posso mais chamar por ela e escutar sua voz me respondendo já vou filha. mas sinto que quando a chamo silenciosamente dentro de mim ela responde: já estou aqui filha. feliz aniversário mamãe.

( waiting. ilustração de lauren. here. )

i want to be alone. eu quero ficar sozinha.

quatro de outubro de mil novecentos e setenta e seis. trinta e dois anos. por muito tempo eu sentia medo do mês de outubro. minha melhor amiga foi embora nesse dia nesse mês. tínhamos treze anos. eu e ela. a vida começava a escancarar sua boca para mim. hoje eu estou particularmente triste. muito triste mesmo. choraria e dormiria o dia inteiro se tivesse permissão. mas não tenho. faço o que então?

Christopher "Chris" Wilton: The man who said "I'd rather be lucky than good" saw deeply into life. People are afraid to face how great a part of life is dependent on luck. It's scary to think so much is out of one's control. There are moments in a match when the ball hits the top of the net, and for a split second, it can either go forward or fall back. With a little luck, it goes forward, and you win. Or maybe it doesn't, and you lose.

( match point - woody allen - fala de jonathan rhys meyers ).

match point.

meu são francisquinho, hoje que é seu dia, por favor, me guarde me proteja e me ilumine. amém.

... onde houver tristeza, que eu leve a alegria

onde houver trevas, que eu leve a luz.

são francisco de assis.

ontem ele em the tudors surgiu numa cena nu em pelo. tipo arrasa quarteirão. monumento.

i'm in love ok?!

estava simplesmente marcando o espaço do sofá com uma fita crepe no chão. bati meu joelho esquerdo com tanta força que gemi com dor. hematoma roxo gigante no joelho esquerdo. há uma segunda intenção nisso. há uma segunda intenção nisso? hematoma gigante no joelho esquerdo. estarei eu me ajoelhando demais?

um dia ela, a rainha me disse palavras de rainha. agora eu penso. não é nada fácil ser rainha. ( a idéia está perdida na minha cabeça. amanhã eu melhoro isso. simples rascunho ).

i love you honey.

eu, sobrevivente de mim mesma.

raios, trovoadas, chuva. é preciso ter coração de ferro. alma blindada. nada disso eu tenho. então já viu. ontem passei super mal. cheguei a me imaginar entrando numa emergência de hospital. mas tal e qual os raios, trovoadas e chuva, passou. tudo passa. até a gente passa.

i love him.

" yes, run jerry shaw run. "

( foi o que disse a máquina )

" e só você não viu não era filme algum ... "

by tim walker

rain drops keeps fallin' on my head ...

JRM

( e ele toca guitarra, canta, escreve ... oh my god ! )

@: fffound

sonho: navios. ondas altas. luzes de faróis distantes.

das coisas improváveis: entrar no ponto frio de cabo frio para comprar um fogão e dar de cara com o wolff maya. pois é.

escutando agora: comes love, stacey kent. trilha sonora para hoje: madeleine peyroux, stacey kent, aimee mann ... domingo. a música vem me salvar.

é mais fácil ser amiga de um urso polar do que de um ser humano. algumas vezes, preferível.

faz frio. feliz. não preciso disfarçar. clarice, a gata peluda esquenta minha mão. o resto fica como está. vou indo.

ffffound!

" ...the veil ( the veil and the other poems, de walter de la mare.) há um poema assim: why has the rose faded and fallen and these eyes have not seen ... isso me assombra. mas é um estado de espírito que conheço tão bem. aquele pesar por aquilo que não se viu e não se sentiu, pelo que passou sem ter sido percebido. a vida nos é dada apenas uma vez, e nós a desperdiçamos. você sente isso? "

katherine mansfield em janeiro de 1922

J.R.M.

... uma semana depois ... relato da minha vida cã: supermercado. programão. fila no caixa. a menina sentada com aquela cara de raiva da vida. se a minha vida é cã a dela sei lá, duas cãs. surge uma senhora atrás de mim. eu, pagando minha conta, bolsa aberta no balcão carteira na mão catando moedas pra ajudar a menina infeliz. a senhora começa a tirar todas as compras do carrinho colocando no balcão. eu ainda lá. catando quarenta e cinco centavos. eis que a senhora simplesmente coloca em cima. note bem: em cima!!!! da minha bolsa um pacote de papel higiênico. assim. simplesmente assim. ela sorri e diz: "ai! me desculpa estou colocando minhas compras ... " eu interrompo: "e a senhora não podia esperar eu terminar de fechar as minhas compras sair do balcão e então, a senhora começaria a passar as suas não é? pois é. não é?" tensão no ar. fui embora. pensando nos meus tempos de colégio quando íamos para a fila e a mère nos mandava esticar o braço direito e colocar no ombro da amiga da frente e depois abaixá-lo. aquela era ( e é ) a distância mínima que se deve manter entre você e outra pessoa. mas isso é exigir demais de um povo analfabeto desdentado desnutrido e mal educado. mantenha a distância. por favor. merci.

coisas. fui criada indo à papelarias livrarias e bancas de jornal do tempo em que, quando ainda era criança, meu pai me colocava sentada em cima dos jornais para escolher minhas revistinhas. resumindo: em 100% tive uns 40% talvez um pouco mais de momentos extremamente felizes. tá. então sábado passado estava no rio e fui na travessa de ipanema como sempre.sou uma pessoa de hábitos. deve ser meu signo chinês, o gato. só deus sabe como eu adoro aquele lugar. adoro tudo. porque lá é tudo. as pessoas sabem de quem eu estou falando. eu peço e num estalar de dedos eles vem com aquele sorriso: "é isso que você está procurando?" sim. sim.sim. foi assim sábado passado. cheguei lá querendo muito ( muito ) o box da primeira temporada de the tudors. pedi. incrédula. cinco minutos. menos até. lá vem ele: achei. uau. sabe aquele brinquedo que você espera e demora para ganhar? pois é. depois pedi katherine mansfield. diários e cartas. adivinha? pois é. café . fila no caixa para pagar. olha aqui que eu voltaria pro final da fila mais umas cinco vezes naquele dia. louca? ahã. talvez. sempre. mas é que havia tanta conversa paralela interessante que não sei não. se fosse autora escreveria uns três esquetes daqueles. nossa. na hora de pagar no balcão tentações. aí pra fechar encontro um livro chamado " sylvia não sabe dançar" de cristiane lisboa. uma garota que escreve como gente grande. de um jeito que poucos conseguem. ela tem um blog chamado cristiane lisboa. embromation. enfim, minutos no paraíso.

não existe mais ordem. não há ordem em nada. não guardei minha roupa de ontem. não varri a casa. não tomei café quente. está fazendo frio de inverno e já é primavera. não paguei duas contas. não escovei meus dentes porque minha pasta de dentes acabou. não arrumei minha cama. eu falo ninguém escuta. eu falo ninguém compreende. não pintei meu cabelo. não quero tomar banho mas é preciso. não queria ter levantado da cama mas levantei. fico falando com um com outro mas queria estar em silêncio. não queria escutar mais tanta besteira. mas como já diz o outro é melhoe escutar essas besteiras do que ser surdo. agora lembrei que não almocei ontem. mas comi um sanduíche de presunto com gordura divino. não existe mais ordem em nada. as coisas vão indo. assim. sem ordem. desordenadamente.

quando neil young canta. canta direto para minha alma. meu coração. ladies and gentlemen let me introduce you, mr. neil young: don't let it bring you down, 1971. porque quem é bom já nasce feito. aumenta aí.

J.R.M. - the king.

rosso

se o silêncio vale ouro. a palavra vale diamante. e ela, a palavra não leva desaforo pra casa. be kind. be careful.

ana querida. a foto momento nostalgia é o seguinte: dia destes rodando mundo afora nos www's da vida dei de cara com essa foto. ahã. apresentando as pessoas na foto: os caras de camisa preta eram os jogadores de rollerball da extinta e saudosa company do querido e criativo mauro taubmann ( que deus o guarde e ilumine ) lembro de alguns nomes tipo joão ângelo, andrezinho sei lá mais quem. o cara que se destaca na foto por ser o único vestindo amarelo é meu esposo ( credo ): leandro. até aí, tudo bem. o que mais me chamou a atenção foi que, enquanto eu procurava pessoas na foto, eu acabei me achando nela! ahá. pois é. eu estou ali em pé numa pilastra ao lado da minha amiga de vida inteira claudia. vai vendo. mamão com açúcar, lagoa, rio de janeiro muito provavelmente 1985. eu tinha 22 anos. ( silêncio interno ). um dia eu tive 22 anos. e o resto, bem, o resto é história babe.

são duas da manhã acordei com o dedão do meu pé esquerdo coçando loucamente. agora estou aqui acordada. pode ser insônia mas não é. rebeldia na madrugada.

lagoa rodrigo de freitas, mamão com açúcar, rio de janeiro, 1985.

( depois eu explico )

the year of the cat

On a morning from a Bogart movie

In a country where they turn back time

You go strolling through the crowd like

Peter Lorre

Contemplating a crime

She comes out of the sun in a silk dress running

Like a watercolour in the rain

Don't bother asking for explanations

She'll just tell you that she came

In the year of the cat

She doesn't give you time for questions

As she locks up your arm in hers

And you follow 'till your sense of which direction

Completely disappears

By the blue tiled walls near the market stalls

There's a hidden door she leads you to

These days, she says, I feel my life

Just like a river running through

The year of the cat Well,

she looks at you so cooly

And her eyes shine like the moon in the sea

She comes in incense and patchouli

So you take her, to find what's waiting inside

The year of the cat

Well, morning comes and you're still with her

And the bus and the tourists are gone

And you've thrown away the choice and lost your ticket

So you have to stay on

But the drum-beat strains of the night remain

In the rhythm of the new-born day

You know sometime you're bound to leave her

But for now you're going to stay

In the year of the cat

...

( o resto meu bem, é história ).

katherine mansfield.