quarta-feira, dezembro 19, 2007

manhã. cedo. o relógio marca sete e vinte e poucos da manhã. eu cismo que sei: são seis e vinte poucos da manhã. cheiro de café. forte. gripada. muito gripada. o ar não entra. desaprendi a respirar e nesta situação tudo fica pior. doí meu rosto. ok. tom dorme ao meu lado na escrivaninha. adoro este ser. que está tão magrinho. ele precisa ir à veterinária. ontem, sol forte batendo na varanda. o pardal pousou. nero the black cat nunca havia visto um pássaro assim tão de perto. a natureza é imponente. mesmo sem saber pulou sob o pardal. numa fração de segundos não havia mais vida no pardal. morto entre os dentes de nero. que ficou ali meio assustado. ele e pardal morto. o tirei da sua boca. sangrando. o pardal morto nas minhas mãos. o que é uma ave morta? a morte tem o tamanho de um pardal e cabe na palma da mão. assim cerrada. eu agarro a morte que havia no pardal. envolvi com o guardanapo. encontrei um lugar e o enterrei. respeito. fiquei pensando naquilo. no pardal. no nero. no instinto. na morte. tudo isso. as coisas acontecem. você não pode fazer nada sabia? ok. sobre o que eu estava falando mesmo?!