muitos dias fora. a vida aconteceu. sempre acontece. sempre. graças a deus. o ano 2007 poderá ser resumido assim: um ano de sustos. sobressaltos. alguns medos. posso dizer que eles meio que tomaram conta da minha vida de fevereiro até o dia 25 de outubro. o dia em que tive novamente a certeza daquilo que nas horas de desespero esqueço, quando deveria me lembrar sempre e sempre: a vida acontece. em fevereiro foi o processo contra o leandro. pânico. depois em março o condomínio aonde eu morava abriu um processo de cobrança contra mim por atraso nas cotas do condomínio. tentamos de tudo junto ao síndico. nada. nenhum acordo. nenhum parcelamento, nada. na administradora do condomínio todos diziam que o sr. síndico não gostava de mim e que o problema havia se tornado uma "vingança" pessoal dele. ele queria mesmo era a penhora do imóvel. meu único imóvel. enfim, minha casa vale cerca de duzentos e poucos mil reais. era meu único bem móvel e abrigava a mim e a meus filhos. minha dívida não chegava a 10% do valor real da casa. passei meses correndo atrás de dinheiro. aqui e ali tentando juntar o valor total da dívida. difícil. nada rolava. nada. e, o sr. síndico só queria o valor total da dívida. pe-sa-de-lo. foi então que a vida aconteceu. dia 22 de outubro, segunda-feira. acordei e, sinceramente me arrastei pra fora da cama. rotina. café. arrumar a casa. almoço enfim, tudo. o telefone toca e um corretor diz que irá levar alguém para ver a casa. tudo bem. pra mim era só mais um já que nada emplacava. sem esperanças eu? pois é. o corretor chegou com a possível compradora. ela entrou olhou olhou olhou. preço. aham. cota de condomínio. aham. chorou um desconto. bla bla bla. disse que voltaria mais tarde com o marido. então tá. como disse era mais uma que não voltaria. meio da tarde. tarde parada. inerte. telefone novamente. era ela. estaria na minha casa em vinte e poucos minutos. voltou mesmo. ela e o marido. pediram pra conversar. ok. sou toda ouvidos. proposta. nada indecente. ok. você acredita? vendi a casa. assim. vendi a casa! pelo preço que pedi. sem problemas nada de nós. vendi. sabe alegria? alívio? sei lá mais o quê? senti. todos nós sentimos. agendamos o dia 25 pra assinarmos o contrato de compra e venda e recebimento do sinal. 25 de outubro. estávamos lá. concretizado. assim. na tarde daquele dia meu advogado liga dizendo que o juiz havia dado uma sentença de penhora da minha casa. o juiz vem a ser o pai daquela ex-bbb fany. deu pra entender a cabeça da garota. o tal juiz não entende nada de justiça. nada. pensa bem comigo: se, aquele casal não houvesse surgido na minha vida, hoje, minha casa, minha única casa estaria penhorada pela justiça brasileira. mas, como a vida é maior que tudo e todos posso dizer que venci. já me mudei. mudamos. em mim esta sensação de recomeço. de uma nova chance. de que a vida chegou pra mim no final e disse: que susto eu te dei hein? mas foi só um susto bobinha. booo !!! aff.