aos 44 faço planos. mirabolantes. acredito que ainda estou lá nos 24. então desando a fazer planos. vou ao banco e despejo meus planos na mesa do gerente. detesto gerente de banco. sou absolutamente falsa com ele. assim como ele é comigo. pede o número da minha conta. eu dito. ela abre. ele fica super decepcionado. porque eu tenho cara de quem tem grana. ahahaha. mesmo de sandália havaianas com tirinhas ultra finas prateadas e bermuda da gap ( ok sou classe média). ele quase acreditou. ta-di-nho. tá. continuei despejando meus planos. tipo, se eu levanto x em cinco anos eu praticamente duplico o que eu tenho e aí uau! ações previdência privada ... você é agressiva, conservadora ou moderada? ahahaha ... se eu estiver naqueles dias agressiva ... noutro dia conservadora ... hoje? moderada. ele não entendeu nada. respondi moderada. agradeci e deixei o banco com a bolsa lotada de papéis e números e coisas na cabeça. cinco anos. cinco anos. cinco anos. 44 mais 5 são 49. ok. se fosse 24 mais 5 seriam 29; puxa nem seria trinta ainda. detesto fazer contas comigo mesma. quarenta e nove. olha só como demora mais para falar qua-ren-ta e no-ve. sacou? mas meus planos são tão certinhos e amarradinhos. ( não páro de pensar numa música do barão acho que é blues do iniciante ... é de chorar ) tá. meus planos são bons. mas envolvem riscos. tá. viver é arriscado. blergh! mas em cinco anos minha conta seria tipo super dupper e meu gerente serviria água francesa e madeleines todas as vezes que eu aparecesse por lá. só penso nisso. o tempo todo. tic tac tic tac tic tac tic tac ... é assim que meu pensamento faz dentro de mim. tic tac tic tac tic tac tic tac ... ( o que foi mesmo que mario quintana escreveu sobre as reticências?!).