seria trágico se não fosse cômico: cartório na avenida nossa senhora de copacabana, rio de janeiro, 15:27. eu. lá dentro. senha amarela número duzentos e alguma coisa. cinco minutos de espera. menos mal. minha vez. atendente mocinha e educada. menos mal. peço a segunda via da certidão de nascimento da minha filha que foi assaltada. enfim, a mocinha me informa que ela, minha filha está registrada lá. ok. acho que ela perdeu alguma coisa. o pior ainda está por vir. paga-se quarenta reais pela certidão que ficará pronta em dois dias úteis. estávamos numa sexta-feira. ok. digo que moro em cabo frio e pergunto se, eu pagar o sedex eles poderiam me enviar. não. como assim não? não. a mocinha diz que, se eu morasse no rio até enviariam. mas, cabo frio?! ok. insisto. peço para ela procurar algum superior, gerente ( cartório tem gerente?). lá vai ela. volta dizendo que está tudo bem que eles enviarão para minha residência. uau. alegria. passageira. ela emenda com um mas... agora abre aspas: " a senhora vai telefonar para cá para fazer o pedido pelo telefone." tá rindo? eu também morri de rir. saquei meu celular da bolsa e, sentada, dentro do cartório, na frente da atendente fiz o pedido da certidão. ok. agradeci a mocinha que morta, ela estava morta de vergonha pediu desculpas e agradeceu a minha compreensão. moral da estória: ainda existe gente que morre de vergonha alheia. a mocinha do cartório. bonitinha e ainda ingênua.
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