sábado, junho 30, 2007

eu recebi o recado dela no orkut. li e reli. o e-mail dela está aqui anotado para eu escrever para ela. mas não sei o que dizer. a mãe dela foi embora. e eu sei bem o que é isso. acho chato pra quem lê. parece que a gente fica querendo dar uma de coitadinha. uma vez meu psiquiatra me explicou o significado da palavra coitada. mas deixa pra lá. só sei que, desde aquela explicação fujo desta situação. mas é difícil. difícil mesmo. perder a mãe. ficar orfã. orfã de mãe. e é quando você olha para ela ali dormindo para sempre talvez quem saiba pairando sob você te falando para ficar bem. mas você não sabe. você não vê. você olha e olha para ela e procura no peito um subir e descer aquele que você sentiu tantas e tantas vezes e que vinha acompanhado do perfume e do som do coração dela batendo dentro do seu ouvido. quando você dá as costas e parte a deixando ali. para sempre. começa uma batalha com você mesma. fotos em porta retrato. fotos. fotos. tudo para não esquecer. porque a gente acaba esquecendo. apagando. não sei. o formato do rosto. os olhos. o sorriso. se perde. mas há a luta diária para lembrar a voz. perder a mãe é uma luta. uma batalha. uma guerra. eu queria dizer a ela, que tem um nome fabuloso, marília: fique bem. lembra quando a gente caía e elas diziam: " levanta filha! do chão a gente não passa! vai de novo!?" é. é isso que repito para mim todas as manhãs quando levanto da cama e lembro que ela não está mais no quarto ao lado. levanto. e vou com ela. porque agora querida, elas estão com a gente. para sempre.