sábado, junho 30, 2007

bruce davidson

eu recebi o recado dela no orkut. li e reli. o e-mail dela está aqui anotado para eu escrever para ela. mas não sei o que dizer. a mãe dela foi embora. e eu sei bem o que é isso. acho chato pra quem lê. parece que a gente fica querendo dar uma de coitadinha. uma vez meu psiquiatra me explicou o significado da palavra coitada. mas deixa pra lá. só sei que, desde aquela explicação fujo desta situação. mas é difícil. difícil mesmo. perder a mãe. ficar orfã. orfã de mãe. e é quando você olha para ela ali dormindo para sempre talvez quem saiba pairando sob você te falando para ficar bem. mas você não sabe. você não vê. você olha e olha para ela e procura no peito um subir e descer aquele que você sentiu tantas e tantas vezes e que vinha acompanhado do perfume e do som do coração dela batendo dentro do seu ouvido. quando você dá as costas e parte a deixando ali. para sempre. começa uma batalha com você mesma. fotos em porta retrato. fotos. fotos. tudo para não esquecer. porque a gente acaba esquecendo. apagando. não sei. o formato do rosto. os olhos. o sorriso. se perde. mas há a luta diária para lembrar a voz. perder a mãe é uma luta. uma batalha. uma guerra. eu queria dizer a ela, que tem um nome fabuloso, marília: fique bem. lembra quando a gente caía e elas diziam: " levanta filha! do chão a gente não passa! vai de novo!?" é. é isso que repito para mim todas as manhãs quando levanto da cama e lembro que ela não está mais no quarto ao lado. levanto. e vou com ela. porque agora querida, elas estão com a gente. para sempre.

quarta-feira, junho 27, 2007

dia meio cinza. um pouco de frio. um pouco de resfriado. silêncio em casa. eu escutando música francesa. assim a tarde inteira. poderia ficar assim o resto da vida. mentira.

anne sexton lendo her kind. abre. acompanhe lendo a poesia. mesmo que não compreenda. apenas sinta. sinta.
" i have gone out, a possesed witch,
haunting the black air, braver at night;
dreaming evil, i have done my hitch
over the plain houses, light by light:
lonely thing, twelve-fingered, out of mind.
a woman like that is not awoman, quite.
i have been her kind.
i have found the warm caves in the woods,
filled them with skillers, carvings, shelves,
closets, silks, innumerable goods;
fixed the suppers for the worms and elves;
whinning, rearranging the disaligned.
a woman like that is misunderstood.
i have been her kind.
i have ridden in your cart, driver.
waved my nude arms at villages going by.
learning the last bright routes, survivor.
where your flames still bite my thigh
and my ribs crack where your wheels wind.
a woman like that is not ashamed to die.
i have been her kind. "
( her kind - anne sexton, the complete poems. )

terça-feira, junho 26, 2007

duas albas. hoje ela estaria completando 94 anos. minha vó alba.

se alguém souber por favor me informe. aonde está o governador eleito do estado do rio de janeiro segio cabral. hein?

segunda-feira, junho 25, 2007


semana que vem começam os quinze dias de férias das crianças. julho. é sorte. porque em julho estreiam aqui os melhores filmes. porque é verão lá na civilização. então, vou assistir shrek, o novo desenho da disney e quarteto fantástico ( totalmente uau porque eu amo o surfista prateado ) e vou assistir dragão verde e o rapto das cebolinhas de maria clara machado. andar de pedalinho na lagoa. passar horas na sessão infantil numa livraria sentada no chão. ter filhos é maravilhoso. algumas vezes é um verdadeiro martírio. mas é sem dúvida, sem dúvida nenhuma uma benção. porque neles nos libertamos. abrimos as portas que foram trancadas no porão quando um adulto qualquer nos disse: 'pára com isso menina! você já não é mais uma menininha'. então, estar com eles, rir com eles será no final de tudo, os momentos que carregarei no fundo dos meus olhos.

eu queria uma bolsinha jeans da louis vuitton. e um brilho maravilhoso da lâncome. eu queria um monte de coisas que me deixariam super alegre. engraçado. fui ao mercado e lotei o carrinho. saí de lá alegre. do mesmo jeito. no fundo as coisas são todas iguais.

desirée clary, 1810.
" todos os retratos de pessoas são um retrato de mona lisa."
( clarice lispector )

no paraíso. sábado. diálogo de vera holtz sobre a maternidade. até que em fim alguém resolveu falar a verdade. perfeito. maravilhoso. corajoso. valeu o capítulo inteiro de sábado.

ontem. assistindo fantástico, os pinguins. emocionante. os machos unidos se protejendo e protejendo os filhotes do frio. imagem incrível. intensa. uma ilha pulsante. depois, as fêmeas voltando com a comida e a entrega dos filhotes feita pelos pais. quer saber... chorei baldes.

sábado, junho 23, 2007


" é que o mundo todo vivo tem a força de um inferno "
clarice lispector

sexta-feira, junho 22, 2007



christopher 'chris' wilton: " the man who said i'd rather be lucky than good saw deeply into life. people are afraid to face how great a part of life is dependent on luck. it's scary to think so much ... "



teoria simples: na vida é preciso ter estilo. sempre.

passear de helicóptero com roberto carlos em plena década de sessenta. sobrevoando um tempo aonde havia inocência. aqui: www.patricksaviation.com/videos/Caribougnal/1694/. maravilhoso.

quinta-feira, junho 21, 2007

então ele disse: " o melhor jeito de ver nova york é numa maca ". agora você compreende o que ele quiz dizer aqui neste video ótimo.

quarta-feira, junho 20, 2007

sapatinho tipo dorothy por fause haten. yes, eu quero.

no paraíso taís vai matar a paula afogada. mas a paula não morre. taís toma o lugar da paula. paula está escondida. sei não. faz lembrar outras estórias. rute e raquel ou então selva de pedra quando a simone sofre um acidente todos pensam que ela está morta mas ela reaparece como uma artista plástica. a idéia não é má. mas batida pra caramba. sei não.

tom e suri. delicadeza.

eu. eu. eu. como eu escrevo eu. eu e o meu umbigo. eu. labirinto.

quanto mais eu vivo menos eu compreendo o ser humano. mas, pensando bem porque eu deveria desejar compreender? se nem eu mesma me compreendo. se sou tão confusa. atropelada em mim mesma. deve ser uma brincadeira com espelhos. tento compreender o outro para no fim me encontrar. me compreender. labirinto.

" e porque não tenho uma palavra a dizer. não tenho uma palavra a dizer. por que não me calo, então? mas se eu não forçar a palavra a mudez me engolfará para sempre em ondas. a palavra e a forma serão a tábua onde boiarei sobre vagalhões de mudez. " ( clarice lispector, a paixão segundo g.h. - pág.20 ).

s.l.

segunda-feira, junho 18, 2007

me sentindo alice. voltei ao normal!!! thanks môn!!!!

sábado, junho 16, 2007



esta é a sylvia. chegou aqui em casa a um mês e pouquinho. chegou muito pequena ainda. mal havia acabado de desmamar. era assim o dia inteiro. se eu estava deitada no sofá ou na cama assistindo tevê ou lendo lá vinha ela deitar na minha barriga ronronando ronronando como um motorzinho ligado full time. lá estava eu no computador e lá vinha sylvia, deitava na minha frente bem em cima do teclado. era isso ... sylvia lendo junto comigo. então tá. sylvia era a mais nova moradora. no cantinho dela na cozinha, caixa de areia, potinho para água e para comida. mas sylvia é teimosa. e nem sempre faz número 1 e número 2 no lugar certinho. para falar a verdade o local predileto para ela deixar seus recados é no quarto da pietra. na primeira, passou. castigo na cozinha. na segunda, outro castigo na cozinha. mas sylvia é teimosa. na terceira, leandro passou a mão na sylvia e mesmo debaixo dos meus gritos a largou num terreno baldio na esquina aqui de casa. eu em silêncio a noite to-da. no dia seguinte a tarde: sylvia miando no portão de casa. sim, sylvia é teimosa. novamente: pum no lugar errado e lá foi sylvia para fora. desta vez leandro a colocou em outro terreno baldio na rua da atrás da nossa casa. dois dias fora. hoje eu estava aqui lendo e escutando o jornal hoje. miados miados miados vindo de longe. escutei. desci e pertubei leandro que fazia nossa macarronada de sábado. ele foi. atrás da sylvia com as crianças. voltou em minutos. falando para eu ir com ele. sylvia estava na garagem do condomínio aqui ao lado. fui correndo. sylvia escondida debaixo do carro. chamei por ela uma única vez: "sylvia, vem!" e, sylvia nada teimosa veio correndo para mim. ronronando ronronando. alegria alegria. sylvia estava preta e branca. suja cansada faminta tudo. sylvia é teimosa. sylvia está dormindo na almofadinha rosa dela. sylvia me ama. quem diz que gato não se apega a nada é um tolo. sylvia é teimosa. e me ama. por isso eu prefiro os animais aos seres humanos. mil vezes. ( by the way: ela só podia se chamar sylvia mesmo. não é? ).

sexta-feira, junho 15, 2007

a pessoa ganhou sozinha na mega-sena. tipo uns vinte e seis milhões de reais. nem quero calcular quanto isso dá por mês. a pessoa passou mal e foi parar no hospital com a notícia. com certeza não foi pro pu. nossa. passei o dia inteiro. in-tei-ro fazendo contas. contas. tentando chegar lá. logo eu que sempre detestei matemática. contas cálculos problemas. problemas. que até hoje tento aprender a resolver. e não consigo.

sonhos. sonhei que estava cantando o hino nacional no maracanã. sonhei que encontrava a liza minelli na rua. sonhei com o genitor da mariana. nossa. meu sonhos hoje mais pareciam camelô no saara.

eu. o médico e o monstro.

quarta-feira, junho 13, 2007


alice: no one will ever love you as much as i do. why isn't love enough?

se eu puxar pela memória será que ela finalmente sairá deste esconderijo. será que eu preciso entrar no esconderijo dela? mas, e se for escuro? e se a porta bater? o que será que há no esconderijo da minha memória?

a dias assim. procurando um verso. um poema. que lembre laço de fita. papel de seda. talco. algo assim. carrossel. boneca de pano. gelatina. brevidade. deste jeito. pijama de flanela. pantufas. alfazema da phebo. sabonete preto da phebo. coisas assim. procura-se.

meu santo antoninho.

alguém me diga. explique. por favor. o que foi que aconteceu com caetano. o que?

segunda-feira, junho 11, 2007

passarinho vermelho - jana magalhães

pinoquio - jana magalhães.
o sonho está atrasado. quer dizer, eu sonhei este sonho ontem. mas acontece que ele ainda não foi guardado na minha caixa de sonhos passados. porque foi surreal. estava numa loja escolhendo alguma coisa que não me lembro o que era. sei que era uma loja por que haviam prateleiras e muitas coisas em volta. fui olhar a vitrine. dentro da loja. quando levantei meu olhar minha mãe estava ali. parada. do outro lado da vitrine. tão linda com os cabelos tão negros e os olhos pintados daquele jeito que eu nunca consegui copiar. ela sorria com os olhos para mim. ela sorria com os olhos como ninguém. especialmente quando estava satisfeita da vida. tão saudável e com os cabelos negros como eram. fiquei ali falando com ela através do vidro da vitrine. foi então que surgiram muitas pessoas muitas mesmo e perdi minha mãe de vista. naquela multidão de gente que não existe. esta não é a parte mais incrível do sonho. porque este foi um sonho incrível. enquanto chamava minha mãe me sentia num estado entre o dormir e o acordar e nem sei se meus olhos estavam abertos ou fechados não sei chamava por ela quando senti que tocava alguém que não era ela. havia alguém assim sentada no meu travesseiro e vestia um vestido verde. uma menina que apenas me dizia 'volte a dormir'. 'se acalme'. 'volte a dormir'. acho que dormi mais um pouco. alguns minutos não sei. foi tão surreal. tão verdadeiro. minha mãe tão linda do outro lado da vitrine e a menina vestida em verde.

domingo, junho 10, 2007

" mas é que a verdade nunca me fez sentido. a verdade não me faz sentido! ... "
clarice lispector, a paixão segundo g.h.

sábado, junho 09, 2007

ontem. almoço. galeria. boteco. botequim. pé-sujo. sanduíche de carne assada no pão francês e uma coca na garrafinha de vidro. fe-li-ci-da-de.

alice: where is this love?! i can't see it, i can't touch it, i can't feel it. i can hear it. i can hear some words. but i can't do anything with your easy words.

sexta-feira, junho 08, 2007

" desfaço durante a noite o meu caminho
tudo quanto teci não é verdade,
mas tempo, ocupar o tempo morto,
e cada dia me afasto e cada noite me aproximo. "
( penélope - sophia de mello breyner. )

socorro!!!

olha só. está tudo muito estranho aqui. minha página está dando um piti e abre totalmente em branco pra mim. estou fazendo vôo cego. tipo no meio da neblina. só comigo.

quarta-feira, junho 06, 2007

minha foto é isso. meu olhar congelado. sem preocupação com nada. olhei cliquei congelei o olhar o momento. minha foto é minha saudade ilustrada.



o quintal da minha casa.