quinta-feira, agosto 17, 2006

em 2002 entreguei as chaves do meu apartamento no leme. peguei minha famíla e sem olhar pra trás fui embora do lugar onde nasci, onde dois dos meus três filhos nasceram. descemos o elevador e até logo. casa nova, vida nova em búzios. maior engano. apesar da casa. apesar da vista pra praia de geribá. um lugar one size fits all não serve pra mim. o meu tamanho é o meu tamanho. sofri horrores no balneário falsamente chique. em 2005 vendemos a casa. quase dei festa. soltei fogos. bebi todas. seis meses depois desembarcamos aqui. cabo frio. o lance da gente se mudar é que, em alguns casos estamos definitivamente tentando mudar a vida. sabe como é? então. cheguei aqui e não conheço absolutamente ninguém. na minha agenda telefônica somente telefone de farmácia, tv a cabo, eletricista, mercadinho. não conheço ninguém. não sei o que acontece. você fala com uma pessoa num dia no outro ela passa e nem te olha. pior pra mim que sou tímida. que não consigo passar ignorar estas coisas e mandar um oi junto com um sorriso pra ver no que vai dar. sinto falta de gente. pra sentar. conversar. sair por aí. então você convida uma pessoa que mora pertinho pra tomar um café e ela te ignora solenemente. nem te responde. mudei de casa, mudei de cidade mas não mudei de mim. ainda gosto das pessoas. vou continuar tentando.