domingo, junho 11, 2006

lindo domingo. sol. silêncio pleno.
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noite de vigília. victor continua febril. nunca nada abaixo de 39,5. os homens são absolutamente diferentes. ele parece um gatinho assustado, pedindo sempre colo e presença. passo a madrugada despertando de duas em duas horas. vigília. amor e sonolência.
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ele me dá o toque para ser feliz por alguns minutos. me preparo pra escutar ' the man i love', ' night and day' ' i've got you under my skin', ' love letters'...assim minha manhã termina leve. quase flutuando.
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você compreende que já não há mais inocência?
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" minha casa não terá
nem sábado nem domingo
todo dia é dia santo
todo dia é dia lindo
...
vou viver na minha casa
vou viver com a minha gente
vou viver vida comprida
pra não morrer dee repente
... "
chapadão - antônio carlos jobim.
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tears. pearls.
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a gente leva anos até acostumar. até compreender. tem gente que leva anos e finalmente consegue se acostumar, compreender. mas me conheço bem. tão bem. sei que existem coisas que eu nunca, jamais compreenderei. aceitarei. terminei de ler novamente um dos capítulos de ' um homem iluminado' da helena jobim. irmã do tom. ela termina o livro dispudoradamente.. fez aquilo que eu gostaria de conseguir algum dia. vomitar a morte dos meus pais.
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" um pouco mais de sol eu era brasa
um pouco mais de azul eu era além
para atingir faltou-me um pequeno golpe de asa
se ao menos eu permanecesse aquém..."
sá-carneiro.
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não há nada pra assistir na televisão. estou morta de sono. com aquele gosto de corrimão de casa velha na boca, típica de manhãs que chegam após grandes noites e festa coisa e tal...mas eu não fui a nenhuma grande festa. aliás seria ótimo pra variar. uma festa daquelas, gente bonita, boa conversa, bebidinhas, boa música, dançar até o sol nascer, acabar descalça na padaria tomando café da manhã. pão com manteiga na chapa, café com leite e pra finalizar suco de laranja bem coado. depois, cama. janelas fechadas. escuridão total às nove da manhã. a vida é aquilo que a gente inventa.
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durante o viver você vai criando amarras. num determinado momento acorda do torpor e se descobre assim: atada. e quanto mais você se debate, mais justos os nós vão ficando. e é assim que você se pergunta: ' como foi que cheguei a este ponto?'