segunda-feira, setembro 12, 2005

Insônia

a noite que despenteia meus cabelos
a noite que desfigura meu sexo
a noite que desfolha meu rosto ela que me destrói como prisioneira.

a noite que escondeu o sol
a noite que escraviza meus sonhos
a noite que envenena meus sonhos
ela que me escolheu como cúmplice.

a noite que me abandona no escuro
a noite que me assiste chorar
a noite que me ama enlouquecidamente ela que é amiga dos meus fantasmas.

a noite que solitária, me corta ao meio
a noite que histérica, ri do meu desespero
a noite que faminta, se alimenta da minha vida
ela que nunca mais me deixou chegar ao fim.

Alba Regina. Outubro 1984.