'Sinto falta de tudo. Sinto falta de nem sei o que. Sinto falta da minha cidade, dos meus amigos, da minha família. Do calor de manhã e da luz inconfundível desse sol violento. Do caminho pra praia e pra cachoeira. Dos bares místicos (Enchanted Valle - não sei se é assim que escreve), dos lugares pouco frequentados. Da Praça Saens Peña, da lanchonete árabe do Shopping 45. De comprar uma torta na Lecadô. De andar na 28 de Setembro sábado de manhã. Da grandiosidade do Aterro e da sensação de distância de tudo. Saudades do Rio Sul, do chopp no Barril. Da praia de Ipanema, Leblon, desse estilo único de vida. Saudades da Praia Vermelha, e do caminho ao redor do Pão de Açúcar, que já não lembro mais o nome. Saudades da noite quente, e subir o Alto pra esfriar - Chopp com frango a passarinho, bastante alho - tô com saudades até do garçom que provavelmente nem me conhece mais. Saudades do banho diário de cachoeira na Floresta e de jogar sueca no capô do carro tomando vinho barato. Saudades da night, rodando o Rio, e no final da madrugada comer no Lamas. Saudades do Baixo Leblon, e de passar na Niemeyer só pra ver o visual. Saudades do cheiro do fim de tarde da minha cidade, do barulho dos carros. Das pessoas bonitas andando pelas ruas, e de ter um sentimento de que qualquer hora é hora, qualquer lugar é lugar, pra tudo. Estando no Rio sou cidadão do mundo. Saudades do boteco da esquina, que serve a cerveja gelada, e do Rei do Bacalhau. Saudades do La Mole tomando uma Bohemia trincando. Saudades de ver gente na rua, em grupos, conversando, cadeiras na calçada, saudades até do subúrbio no carnaval. Saudades do Circo, doideira cultural. Queria comer uma salada no Shaika, ou no Alfaces - depois da praia. Mas aos poucos estou mais distante, mas a saudades aumenta. É como perder um referencial, um chão. Sou carioca porra!! Arrasto os erres e os esses, falo palavrão, gíria, curto o mar. Gosto de gente, calor, viajar, literalmente. Aqui talvez não seja o meu lugar. '
Afonso.

acabei de encontrar este texto em um blog chamado anjo azul. é muito bom. é muito bom porque é sincero e é carioca. carioca dos meus tempos. e muito mais porque cita o alfaces. este que foi o primeiro restaurante de saladas e a quilo ao mesmo tempo e que, pertenceu ao meu maridão leandro. é bom saber, e ele está super feliz aqui do meu lado, que contribuímos de alguma forma na vida das pessoas, não importa como. no caso dele foi com uma boa comida, com pessoas bonitas, interessante...o alfaces lá no jardim botânico...e o meu leandro. só deus sabe quanta salada eu comi!!! mas valeu a pena.